quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

CANTINHO POÉTICO

           RECEITA DE ANO NOVO


           Para você ganhar belíssimo ano-novo
           cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
           ano novo sem comparação com todo o tempo já 
                             vivido
          (mal vivido talvez ou sem sentido), 
           para você ganhar um ano
           não apenas pintado de novo, remendado às
                            carreiras,
           mas novo nas sementinhas de vir-a-ser; novo
           até no coração das coisas menos percebidas
               (a começar pelo seu interior)
           novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se 
                           nota,
           mas com ele se come, se passeia,
           se ama, se compreende, se trabalha, 
           você não precisa beber champanha ou qualquer
                           outra birita,
           não precisa expedir nem receber mensagens
           (planta recebe mensagens?Passa telegramas?)
           Não precisa fazer lista de boas intenções
                    para arquivá-las na gaveta.
           Não precisa chorar arrependido
           pelas besteiras consumidas
           nem parvamente acreditar
           que por decreto de esperança
           a partir de janeiro as coisas mudem
           e sejam tudo claridade, recompensa, 
           justiça entre os homens e as nações,
           liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
           direitos respeitados, começando 
           pelo direito augusto de viver.
           Para ganhar um ano-novo
           que mereça este nome, 
           você, meu caro, tem de merecê-lo,
           tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
           mas tente, experimente, consciente.
           É dentro de você que o ano-novo
           cochila e espera desde sempre.
                                   Carlos Drummond de Andrade


         UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS!!!









quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CANTINHO POÉTICO

            OUVIR ESTRELAS


   Ora(direis) ouvir estrelas! Certo
   Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
   Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
   E abro as janelas pálido de espanto...


   E conversamos toda a noite, enquanto
   A via-láctea, como um pálio aberto, 
   Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
   Inda  as procuro pelo céu deserto.


   Direis agora: "Tresloucado amigo!
   Que conversas com elas? Que sentido 
   Tem o que dizem, quando estão contigo?"


   E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
   Pois só quem ama pode ter ouvido
   Capaz de ouvir e de entender estrelas.


                       (Olavo Bilac)
    

domingo, 12 de dezembro de 2010

VERSOS ÍNTIMOS

             Vês! Ninguém assistiu ao formidável
              Enterro de tua última quimera.
              Somente a Ingratidão - esta pantera -
              Foi tua companheira inseparável!

              Acostuma-te à lama que te espera!
              O Homem, que, nesta terra miserável,
              Mora, entre feras, sente inevitável
              Necessidade de também ser fera.

              Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
              O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
              A mão que afaga é a mesma que apedreja.

              Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
              Apedreja essa mão vil que te afaga,
              Escarra nessa boca que te beija!

                      Augusto dos Anjos

sábado, 4 de dezembro de 2010

BELEZA E HARMONIA DO UNIVERSO

BELEZA E HARMONIA DO UNIVERSO

A beleza que adorna e impulsiona a execução de nossas ações, possui na Harmonia um dos componentes vibratórios que melhor nos faz compreender a vida como um todo em que impera o equilíbrio.
A Harmonia resulta do movimento alternado das duas correntes de força que constituem a vida, quando uma forma de vida “termina”, isto é, quando a energia se transforma, ocorrendo o que chamamos “morte” – transição –, outra forma de vida surge em seu lugar, e ela manifesta-se novamente. “Quando um espírito morre, transforma-se em homem; quando morre um homem, transforma-se em espírito”, eis o que diz um preceito oriental.
Para melhor apreciarmos a grandiosidade dessa Lei, convém meditarmos na afirmação de Goethe: “A morte é o artifício de que lança mão a natureza a fim de adquirir mais vida”.
Sabemos, portanto, que tudo o que existe no Universo, possui vida e vibra em determinado grau de harmonia, constituindo uma nota melodiosa inserida no imenso edifício de sons do Grande Conserto do Universo, que possui como fonte criadora e estimulante a música de suaves acordes das esferas cósmicas, essência musical vibratória do Grande Arquiteto e Criador do Universo.
Sabemos que não existe na natureza o repouso absoluto; tudo encontra-se em vibração de crescente concórdia. Do reino mineral ao animal, da célula aos sete corpos do homem, da voz humana aos poderosos edifícios de sons de maravilhosas nuances da música, do corpo físico ao espírito divino, e desde o mais insignificante átomo até o maior Sol de todos os Sistemas, tudo vibra em maior ou menor grau de Sintonia com o Cosmos. E a origem dessa energia harmônica está situada no Espírito, Fonte de sonoridade perfeita, Suprimento do Criador.
Esta Fonte é vida, ordem e paz, uma Harmonia Universal que fundamenta toda a ordem social e humana.
O próprio organismo humano vibra harmonicamente e, quando tais vibrações encontram obstáculos à sua livre manifestação, passa-se para o estado de desequilíbrio no qual o movimento alternativo de trocas vitais se processa de forma irregular. E quando isso ocorre afirmamos que há problemas de saúde no corpo do homem. A regra, no entanto, é a consonância perfeita, ficando a desarmonia por conta da exceção. Uma célula que morre, por exemplo, faz com que nasça em seu lugar outra célula com características idênticas às suas, realizando-se com isso a renovação sintônica do organismo.
A regra, pois, é o equilíbrio, a serenidade, a paz. Na organização social, tais condições deverão manifestar-se igualmente, como regra, enquanto que a desordem, a delinqüência, o delito e os conflitos, como exceção, ou seja, a violação da Lei.
Percebemos com isso que a própria ordem da sociedade corresponde a uma determinação subjacente no Universo, que sustenta todas as tentativas humanas de ordenar as coisas.
Assim, cada pensamento harmônico e cada gesto de ordem é um sinal de transcendência.
Fritjof Capra, pesquisador e escritor contemporâneo, observa o nosso mundo em termos de relações harmônicas e de integração. Salienta o pesquisador que todas as crises existentes e noticiadas pela imprensa, são “facetas diferentes de uma só crise, que é essencialmente a crise de percepção”. Informa-nos também quanto as ciências do comportamento, quanto as ciências sociais e, especialmente a economia, devem possuir em sua base a visão sistêmica da vida, em que as totalidades integradas não podem ser reduzidas ou separadas. E exemplifica afirmando que todo e qualquer organismo, desde a menor bactéria até os seres humanos, passando pela imensa variedade de animais – é uma totalidade integrada. Desta forma, a noção de doença como resultado de uma forma de integração harmônica nos organismos vivos, compreendidos em termos de padrões rítmicos alterados, nos leva a concluir que ser saudável significa estar em sintonia consigo mesmo – física e mentalmente – e em sincronia com o mundo circundante.
Diante disso, e em face do Universo estar repleto de harmonia e pelo fato dos próprios planetas gravitarem em redor de um centro comum pela Lei da Harmonia, será de bom alvitre que, como verdadeiros irmãos, continuemos vibrando em pensamento para que tal energia flua interpenetrando-nos, e reine entre todos os habitantes de nosso planeta. Assim, nossas vibrações manifestar-se-ão como idéias e sentimentos, que golpearemos com força transformando-se em pensamentos de compreensão para com toda a humanidade. No entanto, como bem salientava Francisco Waldomiro Lorenz, “não basta termos bons pensamentos; é necessário dar-lhes força vital suficiente para vencerem os obstáculos que encontram em seu desenvolvimento”.
Vibremos, pois, em sintonia com o Cosmos que, em última análise, é o Amor, Alegria e Beleza, essência do Criador, Arquiteto e Geômetra da Harmonia e Beleza do nosso Universo.