sábado, 21 de setembro de 2013

MAÇONARIA E CIDADANIA...

A Maçonaria não é uma religião, muito menos bruxaria, mas é uma instituição filosófica, filantrópica, progressista, universal, que busca o aperfeiçoamento humano através da prática das virtudes, cuja filosofia se baseia no trinômio: liberdade, igualdade e fraternidade. Como tal, nossa instituição não aquilata os valores individuais através dos altos padrões intelectuais, sociais ou econômicos, mas sim pelos valores morais, patrióticos e humanitários que cada homem desenvolve em si e no meio da comunidade onde vive. O maçom é um homem de princípios rígidos, que, em primeiríssimo lugar, crê em Deus, ama o próximo e dedica a sua vida a uma nobre causa, na qual acredita profundamente: a fraternidade universal, porque todo homem quando nasce é “livre”, sem cadeias que o atrelem ao berço; sem religião e apolítico; entretanto, compete aos pais educá-lo nos caminhos de Deus e na boa convivência com a sociedade. O maçom não é político-partidário, mas reconhece na política bem exercida, conduzida com seriedade e honestidade, uma ciência admirável a serviço da sociedade. Dentro dos nossos princípios, compete-nos erigir templos às virtudes e cadeias para os vícios, como nossos antepassados, que um dia foram livres para sonhar, lutar e conseguir uma pátria livre, muitas vezes com o sacrifício da própria vida. A nós, maçons e brasileiros, cabe-nos preservar esta liberdade que um dia foi conseguida com braços fortes. A soberania do Brasil se vê ameaçada quando um país vizinho fala em se apoderar de uma empresa nossa, onde, legalmente, brasileiros trabalham, repassando para eles a nossa alta tecnologia; a nossa soberania está ameaçada, quando trustes internacionais, sob o disfarce de ecologia e meio ambiente, solapam os nossos direitos, invadindo sorrateiramente a nossa Amazônia, para inculcar-nos silvícolas línguas que não são nossas, trocando por ninharias sentimentos de nacionalidade destes com falsas noções de “universalidade da Amazônia”, segundo os mesmos, patrimônio universal, pulmão do mundo! Nós, os maçons, somos totalmente pela paz, mas que seja uma paz honrosa, e para isso existem os foros internacionais, os tratados comerciais, enfim, trabalho para os juízes e aristocratas. E os nossos políticos e governantes? O elevado número de CPIs (na maioria mal terminadas), com a maioria de deputados, senadores, ministros, juízes e outros envolvidos em maracutaias, mensalões, bolsões, cuecões e tantas outras corrupções; são tantos e tão variados pratos oferecidos pela pizzaria brasiliense, que, se fossem servidos, saciariam todos os famintos do mundo e só de restos ainda sobrariam doze mil cestos! Maçons, irmãos e brasileiros, uni-vos a clubes de serviços, ONGs, associações de bairros, cooperativas, associações religiosas, enfim, todas as pessoas de bem que ainda existem, tirai a venda do conformismo político, quebrai as correntes de desinformação e manifestai publicamente conosco o nosso justo repúdio contra as corrupções, privilégios e impunidades que assolam a nossa Pátria e aumentam a desigualdade social entre as classes. Novas eleições se aproximam. Os maus políticos já ensaiam demagógicos e repetidos “chavões”, para arrancar votos dos incautos ou mal informados eleitores, dilatando dessa forma o círculo das corrupções e impunidades, com falsas promessas eleitoreiras. Lembre-se de que o voto é a mais poderosa arma que o cidadão pode usar para vencer os maus políticos e piores governantes. Os maçons do Leste de Minas querem se fazer ouvir em Brasília e esperam a adesão de todos os irmãos, de todas as Obediências, para tornar público e notório o seu repúdio ao atual estado de coisas. Unamo-nos em defesa de um Brasil mais humano, mais fraterno e mais respeitado por todos! Que o G:.A:.D:.U:. nos ilumine! Trabalho do Ir:. José Ferreira Lima, Delegado da DR-33 do Grande Oriente do Estado de Minas Gerais. Artigo publicado pelo jornal Diário do Rio Doce, de Governador Valadares/MG, com alterações para publicação no Portal GOB. Fonte: Portal do GOB-Grande Oriente do Brasil

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

MAÇONARIA: UMA ESTRELA QUE BRILHA EM SILÊNCIO...

Privilegiando os excluídos, defendendo a ética, respeitando as autoridades, incentivando a paz, lutando conta vícios e cultivando a moral, ela segue firme sua jornada que é a disseminação desses valores, que são tão grandiosos e estão além do nosso plano material... Sem sombra de dúvida, nenhuma organização é tão fascinante e ímpar quanto a gloriosa maçonaria. Com a missão de tornar homens bons, melhores, ela conseguiu a proeza de permanecer intacta às intempéries da vida, mantendo-se firme como os preceitos que a impulsionam. Com a trilogia: Igualdade, Fraternidade e Liberdade, digna de atenção, pois, conceitos modernos e indispensáveis para um convívio melhor, na sociedade, há séculos são conhecidos, praticados e divulgados por seus integrantes. Hoje se fala muito em ecumenismo, como forma de resposta aos conflitos religiosos, contudo, a maçonaria foi a primeira entidade em que a fé individual foi utilizada como instrumento de integração, e não como combustível para sangrentas guerras, provando que todos somos filhos do mesmo Criador, ou seja: irmãos, e podemos viver realmente como tal, independente da religião a que pertençamos. Atualmente, percebemos que o racismo é uma patologia temível, que coloca em risco a humanidade, notamos então o valor, do exemplo da fraternidade maçônica, pois esta abomina todas as formas racismo. A filantropia, um de seus estandartes, tem uma característica própria que deixa esse gesto mais nobre: o silêncio, em que, na grande maioria das vezes, nem o próprio beneficiado tem conhecimento de seu benfeitor, esse condimento, não só deixa caracterizada a verdadeira caridade, como nos ensina que não devemos fazer as coisas boas, se podemos fazê-las perfeitas. Num universo tão eclético, seus congregados, aprendem a honrar três grandiosos pontos, que são sagrados em todos os lugares: Deus, Pátria e Família, independente da cultura, esses tópicos são uma unanimidade do que mais valioso um povo pode possuir. Percebemos que quando tais ícones são desonrados, as conseqüências são enormes. Porém, investida de tais predicados, foi sempre alvo constante de perseguições, injúrias, e preconceitos, pois jamais se alienou perante as mudanças globais, mostrando-se como obstáculo para caprichos de déspotas, prova disso é que até os nossos dias, estórias “fantásticas” pulverizadas nas mentes férteis das massas, associando à Maçonaria elementos malignos: “os maçons praticam magia negra” etc, são presentes e geram relatos tão absurdos, quanto à maldade de quem os criaram. Certamente, o que foi fundamental para que ela não se tornasse apenas uma mera coadjuvante na história da humanidade foi a dedicação e a disciplina de seus integrantes, pois apesar das lutas não se inclinou para os problemas, ao contrário, a cada obstáculo se fortaleceu. Privilegiando os excluídos, defendendo a ética, respeitando as autoridades, incentivando a paz, lutando conta vícios e cultivando a moral, ela segue firme sua jornada que é a disseminação desses valores, que são tão grandiosos e estão além do nosso plano material, pois a certeza da imortalidade da alma e a crença da existência de um Ser Supremo, são os geradores de tanta energia positiva, e com toda certeza, são companheiras dos maçons em qualquer trajeto, seja no cotidiano, ou na esperança de uma vida posterior. Ir.'. Cristyano Ayres Machado, Loja Sete de Setembro nº 01 - GOESE Or.'. de Aracajú - SE

O ANTI-MAÇONISMO POLÍTICO E RELIGIOSO...

O caráter discreto e sigiloso das reuniões maçônicas causou sempre o temor da "conspiração" e "subversão política" e estimulou a fantasia popular... Introdução A Maçonaria foi e é perseguida pelos governos totalitários e diversas ordens religiosas. É acusada de subversão à ordem pública e culto ao demônio. O anti-maçonismo é antigo, singular e fantasioso e há muito é público. Na História surgiram poderosos detratores da Ordem Maçônica, imbuídos de preconceitos dissimulados, aproveitando-se do nível de ignorância e crendices, como meio de gerar adeptos às suas inverdades. O método antigo, mas que infelizmente ainda existente. O anti-maçonismo religioso. Sustentam os anti-maçons religiosos, que a tolerância religiosa é incompatível com a respectiva doutrina. Outros, sob alegação de combate ao "culto às imagens", acusam a maçonaria de culto a símbolos demoníacos. Mas, o pano de fundo do anti-maçonismo religioso surge com o anglicanismo. Henrique VIII, rei da Inglaterra, desobedece o papa e divorcia-se de sua primeira mulher, casando-se com Ana Bolena, sendo excomungado. Posteriormente, em 1534, numa disputa de poder com o Papa, o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, colocou a Igreja sob a autoridade real: nascia a igreja anglicana. A Maçonaria especulativa sempre foi aceita pelo catolicismo. Tanto é que eram os maçons operativos quem construíam as antigas Igrejas e Catedrais, adornadas com inúmeros símbolos maçônicos. Posteriormente, de iniciativa dos pastores protestantes ingleses James Anderson e J. T. Desaguliers surge a Grande Loja da Inglaterra. No ano de 1723, Anderson elabora a primeira Constituição maçônica. Criava-se um sistema de regularidade para a Maçonaria e só quem fosse reconhecido pela Grande Loja da Inglaterra pudesse ser considerado maçom regular. Para tanto era preciso ter como princípio, dentre outros, a tolerância religiosa. Por isso mesmo, o conflito entre anglicanos e católicos, num movimento de contra-reforma da Igreja Católica, fez com que a intolerância religiosa transpirasse para a Maçonaria. Em 24 de abril de 1738, o papa Clemente XII condenou abertamente a maçonaria pela primeira vez (encíclica In Eminenti). A partir dessa palavra oficial da Igreja, foi proibido aos católicos pertencer á maçonaria. A questão se agravou com o movimento da Reunificação da Itália (período que foi de 1848-1870). O governo da Itália estava fragmentado e dividido entre bispos católicos, que eram proprietários de grandes propriedades de terras. Esse governo se via envolvido em escândalos e corrupção, e se sustentava explorando o misticismo medieval e no fundamentalismo religioso. O movimento iluminista que combatia o misticismo, aproveitando-se do segredo e sigilo maçônico, reunindo-se em segredo nas Lojas Maçônicas, coordenou uma verdadeira revolução que retomou as propriedades das mãos da Igreja, destacando-se dentre eles Giuseppe Garibaldi, que dedicou sua vida à luta contra a tirania. Esse episódio despertou o ódio do clero católico contra a maçonaria, a ponto do papa Leão XIII (1846), redigir a encíclica HUMANUM GENUS, dizendo: "a Igreja católica e a maçonaria são como dois reinos em guerra" e que "a finalidade da maçonaria é destruir toda ordem religiosa e política do mundo inspirada pelos ensinamentos cristãos e substituí-las por uma nova ordem de acordo com suas idéias", estimulando "o sincretismo religioso, isto é, a mistura das mais diferentes crenças". O anti-maçonismo político. Conhecedores da história e da participação da Maçonaria no processo da Reunificação da Itália, inúmeros os governantes, tanto de direta quanto de esquerda, se tornaram anti-maçons. O caráter discreto e sigiloso das reuniões maçônicas causou sempre o temor da "conspiração" e "subversão política" e estimulou a fantasia popular acerca do "culto ao demônio". Essas sempre foram as acusações dissimuladas de seus perseguidores, aproveitando-se da ignorância de muitos e da crendice popular. Todavia, os ideais maçônicos de liberdade de expressão do pensamento e a liberdade de crença religiosa, sempre foram os reais motivos pelos de sua perseguição e de seus membros. Com a expansão do comunismo no início do século XIX, a maçonaria foi proibida na Rússia (1917) e na Hungria (1919). A reação ao comunismo fez surgir o nazismo e facismo, que também proibiram a Maçonaria (Mussolini na Itália-1925, Hitler na Alemanha-1933, Salazar em Portugal - 1935, Getúlio Vargas-Brasil, 1937, Franco na Espanha-1940). General Francisco Franco, ditador espanhol, decretou em 1940, todos Maçons de seu país estavam condenados a 10 anos de prisão. Joseph Goebbels, ministro da propaganda regime nazista, inaugurou em 1937 uma "Campanha Anti-Maçônica", sob alegação de as Lojas Maçônicas estavam impregnadas de judaísmo. Outro apóstolo nazista, Alfred Rosenberg, exaltando a superioridade da raça alemã, acusou a Maçonaria de disseminadora da idéia de igualdade. Os maçons sempre ignoraram seus detratores achando que o silêncio era a melhor arma. Lamentavelmente esse silencio muitas vezes foi usado contra a Fraternidade. Durante Segunda Guerra Mundial, as tropas nazistas que ocuparam a Bélgica, pilhariam as Loja Maçônicas e destruíram o que eles não puderam roubar. Entre os reféns tomados nos povoados, na média 15%, eram Maçons, que era uma proporção enorme consideram isso há só um Maçom a cada mil habitantes em Bélgica! (Revista de Philalethes, 1947 de maio). Conclusão Dois fatos determinaram a ruptura entre a Igreja e a Maçonaria, dando origem ao anti-maçonismo. O primeiro foi a disputa política entre o papa e o rei da Inglaterra (século XVIII), o segundo a disputa de terras entre bispos católicos e italianos (Século XIX). Maçons envolvidos nesses dois episódios determinaram a ruptura entre a Maçonaria e a Igreja Católica. Nem o anti-maçonismo religioso, nem o político foram capazes de acabar com a Maçonaria. Mesmo perseguida, a influência da maçonaria na história tem sido grande. Hoje são cerca de 6 milhões de maçons, em mais de 164 países, sendo cerca de 150 mil no Brasil. Há grande quantidade de parlamentares, altos funcionários do governo, líderes religiosos, muitos empresários e membros de outras elites. Vivemos atualmente um regime democrático, e por isso, a Maçonaria sobrevive abertamente. Por exemplo, na inauguração do novo Palácio Maçônico de Brasília do Grande Oriente do Brasil, compareceram 120 parlamentares, além do então Ministro da justiça, Maurício Correia. Mas o anti-maçonismo não desiste. Além do anti-maçonismo religioso e político, uma nova ordem de anti-maçons surge no sistema democrático: o anti-maçom degenerado. Esse grupo é composto pelos descontentes com resultados políticos ou jurisdicionais e quando vencidos em suas pretensões, como último recurso, acusam as autoridades de favorecimento maçônico. Polemizam o ingresso de juízes, delegados, políticos e outras autoridades na maçonaria, argumentando que a fraternidade se incompatibiliza com tais cargos, que requerem imparcialidade, mas a maçonaria pressupõe o favorecimento, a parcialidade. É verdade que o maçom tem o dever de socorrer todos os necessitados, especialmente membros da fraternidade. Isso não pode ser confundido com favoritismo, pois esse dever significa dever de caridade para com o próximo. Antes de tudo, o Maçom faz juramento solene de obedecer as leis, agir sempre com ética e com os bons costumes, amar a família e defender a pátria com a própria vida. A corrupção permeia todas as instituições sejam religiosas, políticas ou associativas e necessita ser combatida. Isso porque a corrupção é vício humano, tão combatido pela maçonaria. Apesar disso, a maçonaria não está imune a ela. Todavia, possui mecanismos de se livrar dos corruptos e desonestos. Consta das normas internas, que aquele que estiver envolvido em corrupção ou desonestidade, será processado internamente, previsto como pena, a exclusão da ordem, com sua inscrição no "Livro Negro", impedindo definitivamente seu retorno. Fonte: Laércio Bezerra Galindo Publicado na Coluna do Domingos Prado em 06/01/2011 No site Primeira Edição de Macéio - AL

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

BANGU:LAURO REGINALDO DA ROCHA, MOSSOROENSE E CAMBOA

Brasília Carlos Ferreira defendeu tese, para obtenção do grau de Mestre em Ciências Sociais, na Pontifícia Universidade de São Paulo. Título da Tese: “O Sindicato do Garrancho”, publicado pela Coleção Mossoroense, série C, volume CDLXXII, em 1989. Procurou a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte resgatar a memória do Sindicato dos Operários em Salinas, no período de 1931 a 1946. O “Sindicato do Garrancho” era um tanto fruto daquela “liga Operária”, criada em 1921 pelo Professor Raimundo Reginaldo da Rocha, o primeiro de sua família a se tornar comunista. Dele, disse o seu irmão Lauro, no Livro organizado pela Professora Brasília: “O Professor Raimundo Reginaldo não foi um pequeno-burguês de visão estreita e acomodado. Ao contrário, foi o primeiro a lançar idéias marxistas-lelinistas em Mossoró e incentivar os seus irmãos a organizarem os primeiros núcleos do “partido da classe operária” em terras nordestinas. Na revolução de 1935 ele lutou de arma na mão nas ruas de Natal, ao lado de sua filha Amélia de 16 anos de idade. Libertou todos os presos da Cadeia Pública. E, após a tomada do poder, distribuiu fartamente gêneros alimentícios à população necessitada, em nome do Governo Revolucionário. (Pág. 11 do livro “Bangu – Memórias de um Militante”, organizado por Brasília Carlos Ferreira). Em linguagem genealógica, diríamos que o “Sindicato” era um F1 da “liga” e a guerrilha de 1935, N1. Conheci Brasília em uma noite da Academia Mossoroense de Letras. Era uma pesquisadora do melhor nível. Mas eu lhe disse que a imaginava velha e feia. Quando na realidade ela era moça e bonita. Agora, neste ano de 1992 ela nos traz “Lauro Reginaldo da Rocha - Bangu: memórias de um militante”. Lauro, aos vinte e quatro anos chegava à Secretaria do Partido Comunista do Brasil, cargo que ocuparia por mais duas vezes. Trecho do início do Livro “BANGU: LAURO REGINALDO DA ROCHA, MOSSOROENSE E CAMBOA, de autoria de VINGT-UN ROSADO. Metas para a XXVI NOITE DA CULTURA(Salão Amâncio Dantas, da Loja Maçônica Jerônimo Rosado, 25/09//2000.Período abrangido: 25/09/91 a 25/09/2000.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A INQUISIÇÃO

A Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição... Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública. Conceito de Heresia Em fins do século XVIII, a Igreja Católica sentiu-se ameaçada por uma série de críticas feitas aos dogmas sobre os quais se apoiava a Doutrina Cristã. Essas críticas e dúvidas sobre a verdade absoluta da mensagem da Igreja aumentaram, e os indivíduos que partilhavam dessas idéias contestadoras da doutrina oficial do catolicismo eram chamados de heresia. A palavra herege origina da palavra grega "hairesis" e do latim haeresis e significa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja Católica em matéria de fé. No que diz respeito propriamente ao conceito de heresia, foi aceita a definição do teólogo medievalista M. D. Chenu, de que herege é "o que escolheu'' , o que isolou de uma verdade global uma verdade parcial, e em seguida se obstinou na escolha. A Inquisição Medieval Inquisição medieval foi produto de uma longa evolução durante a qual a Igreja e o Papado sentiam-se ameaçados em seu poder. Mas para que a caça aos hereges surtisse efeito era necessário o apoio do Estado, dos soberanos temporais, o que mostra a implicação política dessas perseguições, principalmente numa época em que a Igreja e o Estado estavam unidos. Apesar do controle da Igreja, não foi possível conter a difusão das heresias, principalmente dos cátaros ou albigenses, contestadores dos dogmas a Igreja e que no sul da França constituíram-se numa espécie de Igreja contra a Igreja de Roma. Domingos de Gusmão, criador da Ordem dos Dominicanos organizou em 1219 uma confraria chamada "milícia de Jesus Cristo". Os membros da milícia de São Domingos foram os primeiros a utilizar e aplicar técnicas de crueldade e violência, que foram copiadas nos séculos XVI, XVII e XVIII pela Inquisição moderna. Através da ideologia do catolicismo, a Igreja oferecia aos seus fiéis, na Idade Média como hoje, uma mensagem de salvação, de vida eterna, que poderia ser alcançada através da crença em Jesus Cristo. O ideal da Igreja era manter a unidade da doutrina, que nesse tempo ainda se encontrava fraca para manter as dissidências. O problema do bem e do mal, da natureza humana e da Igreja, sobre a própria conduta da vida e sobre o fim do homem. Em 12 de maio de 1314 dá-se o primeiro auto-de-fé e seis indivíduos acusados de heresia foram queimados. Já em Valência houve um auto que se tornou célebre, pois foram queimados vinte e cinco pessoas que não quiseram arrepender-se, abjurar-se de suas crenças e confessar que a Igreja estava certa. A medida que as heresias alastravam-se, o herege passou a ser visto como uma perigosa ameaça e como um traidor de Deus. Então percebe se que a Igreja Católica funcionava como uma espécie de "empresa", com uma determinada ordem e hierarquia, estabelecendo sua organização, suas leis, suas regras punitivas e suas promessas de gratificação. Já os infratores das regras eram punidos com: a excomunhão, o confisco de todos os seus bens, o exílio, a prisão perpétua, os açoites e até a sua morte na fogueira. Como no século XVIII a Espanha não estava unida politicamente, e com isso a Inquisição medieval atuou apenas em alguns bispados, sem penetrar no Reino de Castela até o final do século XV. Com a união das coroas o rei e a rainha da Espanha se aproveitaram desta força para perseguirem os nobres e principalmente os judeus. No primeiro caso, eles reduziram o poder da nobreza, já no segundo, eles se aproveitaram deste poder para torturar e matar os judeus, tomando-lhes seus bens. Origens da Inquisição na Espanha Moderna Foi na Espanha e Portugal, durante a época moderna, ou seja nos séculos XVI, XVII e XVIII, que a Inquisição alcançou seu apogeu. Durante a Idade Média os mais tolerantes da Europa, países onde haviam coexistido durante séculos grupos étnicos e religiosos diferentes. Um fenômeno básico levou ao estabelecimento do Tribunal da Inquisição: a existência, no território ibérico, de três grandes comunidades, a cristã, a muçulmana e a judia. Os judeus habitavam em bairros que eram chamados em Portugal de "judarias", e na Espanha de "aljamas," e que ficavam situados nas mais belas áreas das cidades, diferentes dos insulabres e sórdidos ''guetos''. A guerra de ''Reconquista'', na qual os cristãos lutaram durante séculos para expulsar os árabes, chamados de ''infiéis'', que ocupavam desde o ano de 711 vastas regiões da Península Ibérica, nunca teve o mesmo caráter que as Cruzadas. Com a centralização do poder, no final do século XV, os judeus, apesar de, numerosos e influentes, nunca tiveram o domínio político sobre a Espanha, como os mouros, e viviam no território hispânico muito, tempo antes destes. Suas origens remontavam ao período antes de Cristo e existem na Espanha lápides mortuárias com inscrições em hebraico datadas do século III d.C. A maneira diferente como judeus e árabes trajavam-se, suas leis dieléticas, suas ocupações sócio-profissionais específicas, seus costumes nunca foram considerados ou mencionados como delitos, nem as diferenças culturais vistas com desconfiança. Os judeus freqüentavam as festas religiosas e os batismos dos seus cristãos, e estes eram convidados para as cerimônias das crianças judias. Já os cristãos convidavam judeus para entoarem suas ladainhas durante o sepultamento de seus familiares, e os casamentos mistos também não eram raros. O IV Concílio de Latrão, reunido em 1215, determinou que todos os judeus usassem obrigatoriamente um distintivo, para que não fossem confundidos com os cristãos. Nem em Portugal, nem na Espanha esta ordem foi cumprida. A liberdade e tolerância que desfrutaram durante tão longo período sob a bandeira árabe permitiu o desenvolvimento amplo de suas potencialidades, e os judeus alcançaram posições de grande prestígio, tanto na área política como na econômico-financeira. Seu estilo de vida comparava-se ao das classes aristocráticas. O avanço dos conhecimentos de arte náutica, a expansão marítima e o desenvolvimento do comércio foram fatores que, levaram ao amadurecimento de uma classe média, ansiosa de participar nos lucros e de ascender socialmente. O confronto desta burguesia cristã com a já sedimentada e tradicional burguesia judaica foi explorado pelas facções do poder, principalmente a Igreja, que procurava liderar uma intensiva propaganda antijudaica, responsabilizando os judeus por todos os males que afligiam a nação. No decorrer do século XIV, gradativamente, aumentaram os pedidos de restrições as atividades aos judeus. Para escaparem da morte os judeus procuravam voluntariamente o batismo. A partir disso, dá-se início a uma política racista que procurava justificativas acusando todos os conversos de serem falsos cristãos, mas que na verdade nasceu do conflito entre a burguesia cristã-velha e a burguesia cristã-nova. Essa política disseminou contra as conversos, dando origem aos "estatutos de pureza de sangue", segundo o qual nenhum descendente de judeu e mouro, até a sexta ou sétima geração, podia pertencer as corporações profissionais, cursar nas universidades, ingressar nas ordens religiosas ou militares ou ocupar qualquer posto oficial. O fato de terem sido as corporações profissionais as primeiras instituições a adotar os estatutos de pureza de sangue, e não a Igreja, mostra claramente que se tratava de um problema social, mesmo que tivesse envolvimento religioso. O Tribunal da Inquisição na Espanha foi criado com o objetivo extirpar a heresia judaica e eliminar os conversos suspeitos de a praticarem, acusados de estarem contagiando a sociedade espanhola. O Tribunal da Inquisição espalhou-se por todas as cidades da Espanha dentre elas podemos citar Granada, Castela, Aragão, Sevilha, Catalunha e Valência. Tudo isso foi feito pela ordem do inquisidor geral Tomás de Torquemada, chefe do mosteiro dominicano de Santa Cruz em Segóvia. Santo Ofício da Inquisição em Portugal O sucessor de Dom Manuel no trono, Dom João III, influenciado pela Espanha e sob a alegação de que os judeus batizados a força e seus descendentes não eram cristãos verdadeiros, solicita ao papa autorização para instalar em Portugal um tribunal que funcionasse nos moldes do espanhol. Os portugueses de origem judaica perseguidos pela Inquisição espalharam-se pelos quatro cantos do mundo, levando seus costumes, religião, língua, alimentação, folclore, literatura, que preservaram durante séculos. No que diz respeito a Inquisição portuguesa, sua implantação política também se revelou bem clara desde o seu estabelecimento. Quando o tribunal da Inquisição portuguesa entrou em funcionamento regular, as forças políticas e espirituais da nação estavam unidas: rei e inquisidor eram a mesma pessoa. Métodos de Ação do Tribunal O Tribunal da Inquisição orientava-se, como já dissemos, por um Regimento Interno, onde estavam sistematizados as leis, jurisprudência, ordens e prazos a serem seguidos. Os crimes julgados pelo Tribunal eram de duas natureza: contra a fé, como judaísmo, protestantismo, luteranismo, deísmo, libertinismo, molinismo, maometismo, blasfêmias, desacatos, críticas aos dogmas; e contra a moral e os costumes, como bigamia, sodomia, feitiçaria etc, com toda sua série de modalidades, e que se misturavam com o campo religioso. Os crimes contra a fé eram considerados mais graves do que os crimes contra os costumes e a moral, e as suas penas eram muito mais severas. Os réus acusados de crime contra a fé tinham quase sempre seus bens confiscados , enquanto os infratores dos costumes recebiam sentenças leves e raramente pena de morte. A base sob a qual se apoiava a Inquisição era a denúncia. Aceitavam-se denúncias de qualquer categoria de pessoas e mesmo cartas anônimas. O crédito das testemunhas dependia exclusivamente do arbítrio dos inquisidores. "Ouvir dizer" e "suposições" também eram considerados provas. Quando um indivíduo era denunciado, um funcionário da Inquisição ia a sua casa, acompanhado pelo juiz do fisco, que seqüestrava tudo que o suspeito possuía, antes mesmo de ter provas de ter provas de sua culpa. Depois de prendê-lo, passava ferros e trancas nas portas da casa e ninguém mais podia entrar a não ser os funcionários da Inquisição. A família ficava na rua, sem abrigo, as crianças à mercê da caridade dos vizinhos, esperando que alguém as socorresse. Muitas vezes os filhos jamais reviam seus pais e famílias ficavam para sempre separadas, como aconteceu tantas vezes com os presos no Brasil. Outras vezes, a Inquisição mandava que se arrasasse a casa em que haviam morado o herege e sua família, para que não ficasse dele um sinal sobre a terra. Os descendentes de um penitenciado pela Inquisição eram considerados infames por várias gerações e impedidos de qualquer participação na sociedade. Um suspeito podia ser preso a qualquer momento, sem saber o que se queria dele. Nunca ficava conhecendo o nome de quem o acusou, nem lhe era comunicado o motivo da prisão, nem o lugar em que havia cometido o crime de que era acusado, nem com que havia pecado. Com o tempo a Inquisição introduziu uma farsa, um advogado de defesa, mas este não podia examinar o processo, era escolhido pelos Inquisidores, sendo um funcionário do Tribunal. Todo réu, para salvar-se, tinha de confessar-se culpado, e acusar as pessoas de sua intimidade: pais, irmãos, parentes, amigos. Se não denunciasse a família era considerado diminuto, isto é, estava escondendo culpados. Caso não mencionasse todos os nomes, a confissão era considerada incompleta. Nesse caso, mandavam-no para a câmara de tortura. Confuso, no desespero de querer salvar-se, o réu prometia denunciar mais, e acusava todas as pessoas que conhecia: amigos de infância, pais, filhos, irmãos, parentes etc. A pena de morte pela fogueira recebiam os réus que recusavam confessar-se culpados. Eram chamados contumazes, pois, negando, continuavam persistindo no crime. E também os relapsos, que, já tendo sido condenados, tornavam a pecar. Se no último momento, antes de se aplicar a pena de morte, o réu se dizia arrependido, e pedia para morrer na Lei de Cristo, era primeiramente estrangulado e depois atirado na fogueira. Se, porém, persistia em dizer que queria morrer na lei de Moisés, era queimado vivo. Os que fugiam eram queimado "em efígie", isto é, simbolicamente. A flagelação era um castigo dos mais comuns. O indivíduo era açoitado através das ruas da cidade, despido até a cintura, muitas vezes montado num burro, enquanto as pessoas lhe atiravam pedras e detritos. Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem idéias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal. As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As "bruxas medievais" que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel. Os Autos de Fé Durante o auto-de-fé, os réus ouviam suas sentenças. Os condenados a morrer na fogueira, depois da cerimônia eram transportados para o lugar onde se erguia o queimadeiro. O auto-de-fé começava com a procissão seguida de uma missa. O sermão tinha uma importância toda especial, e o pregador era sempre escolhido entre os mais distinguidos membros do clero. Desde o estabelecimento do tribunal da Espanha em 1480, até 1808, foram queimados 31.912 hereges (em efígie 17.659). Foram penitenciadas 291.450 pessoas, num total de 341.021. De 1780 até 1820 houve cerca de 5.000 processados. Todos esses dados são aproximados e com o avanço das pesquisas devem ser renovados. A Inquisição no Brasil A Inquisição interferiu profundamente na vida colonial durante mais de dois séculos, atingiu as regiões mais distantes e perseguiu portugueses residentes no Brasil e brasileiros natos, e as leis racistas estão textualmente registradas na legislação portuguesas. Inicialmente o trabalho árduo, com poucas recompensas imediatas, o perigo das viagens, a hostilidade dos índios, as doenças foram fatores que não estimularam a vinda de portugueses. Dom Manuel não sabendo o quê fazer com o Brasil, arrendou-o a um grupo de mercadores cristãos-novos, que foram os primeiros a explorar o país economicamente. O regimento trazido por Tomé de Souza era bastante maleável e a vida familiar na colônia decorria sem interferência das autoridades nos comportamentos nem nos credos religiosos. Temos notícias de cristãos-novos que praticavam livremente o judaísmo em São Vicente na Primeira metade do século XVI. Quando Felipe segundo da Espanha incluiu Portugal entre seus domínios, em 1850, reforçou por razões políticas o tribunal da Inquisição, e a perseguição às heresias também se intensificou. As denúncias sobre as infrações religiosas na colônia chegavam ininterruptamente aos ouvidos dos inquisidores, assim como as notícias sobre a riqueza dos colonos. Agentes inquisitoriais foram enviados para o Brasil, visitadores, comissários e familiares, para investigar, prender os suspeitos de heresias. Perante o visitador são apresentadas as mais variadas heresias, feitiçarias, bruxarias, sodomia, bigamia, blasfêmias, desacatos, e os crimes de religião: judaísmo, luteranismo. O auge de perseguições inquisitoriais no Brasil deu-se na primeira metade do século XVIII, quando a produção do ouro, dominava a economia colonial. Na Paraíba, por exemplo, havia uma importante comunidade cristo-judia, constituída principalmente de haviadores de cana. Entre 1729 e 1736 a Inquisição prendeu 48 pessoas, que foram processadas em Lisboa, sendo uma das mulheres, Guiomar Nunes, queimada. Considerações Finais Por tudo que foi visto, podemos verificar as maldades feitas pela Inquisição. Como exemplo dessas maldades podemos citar as caças aos hereges (principalmente judeus, árabes, muçulmanos, negros), não podia ter outra religião que não fosse o catolicismo, eram presos, torturados, flagelados e principalmente queimados vivos em praça. Mas, a pior dor deixada pela Inquisição foi o empobrecimento cultural e econômico, que foram absorvidas por Portugal e Espanha, pois não puderam praticar estudos sobre física, biologia, medicina, agricultura, matemática. Já economicamente a burguesia, estava muito bem, por causa do desenvolvimento do capitalismo comercial que crescia cheio de dinamismo e criatividade, foi castrada pela Inquisição e pelo Estado. Consequentemente, isso também afetou o Brasil, pois naquele tempo o mesmo era colônia de Portugal e seguia todas as normas estabelecidas pela Inquisição. A Inquisição durante muitos séculos conseguiu manter com a união da política e da religião, através de meios burocráticos o poder sobre as pessoas para não o livre arbítrio do pensamento na forma de estudos, críticas, descobertas, questionamento e religião. Trabalho livre de autoria do Ir.'. Carlos Roberto V. Ferreira A.'.M.'. membro da ARLS Horus n° 459 Outubro/2007