segunda-feira, 11 de março de 2013

A ORDEM DOS TEMPLÁRIOS E A MAÇONARIA (*)



No passado, pode ser detectada uma ligação entre a Maçonaria e os Templários no que diz respeito ao corporativismo, tanto dos obreiros  como dos escudeiros e pajens. O historiador Maçônico Paul Naudon dizia de forma clara que: “A Franco-maçonaria apresenta-se como a continuação e a transformação da organização dos misteres da Idade Média e do Renascimento,  na qual o elemento especulativo tomou o lugar do elemento operativo.
O que não deixa de impressionar na cristalização maçônica dos dias de hoje é a existência de todo um conjunto de elementos que lembram a organização das ordens da cavalaria e, sobretudo, o idealismo dos Templários; por outro lado, grande parte do vocabulário maçônico tem  sua origem nos Templários. Parafraseando o genial poeta e filósofo português Fernando Pessoa que dizia: “Se és maçom, sou mais que maçom. Eu sou Templário...Meu Irmão, dou-te um abraço fraternal”(Do Livro O Pensamento Maçônico de Fernando Pessoa, de Jorge de Matos, Hugin, Ed., p. 138). Parece, todavia, que essa associação se deve mais à influência que os Templários exerceram na construção civil e religiosa e nas próprias corporações dos pedreiros do que uma ligação direta entre Ordem do Templo  e a Ordem Maçônica. Não convém esquecer que boa parte dos ritos denominados “escocês” e “francês”,  com sua complexa emblemática, tiveram sua origem no século XVIII nas cortes e salões aristocráticos da Alemanha, França e Inglaterra.
A maioria das regras de comportamento que haviam sido adotadas pelos Cavaleiros Templários  e seus pajens foi mantida,  exceto pequenas diferenças nas corporações dos pedreiros , como, por exemplo, que estas podiam aceitar no seu seio, desde que aprovadas pela maioria,  determinadas pessoas que interessavam à Ordem , muitas vezes sem condições de entrar,  como era o caso de estrangeiros, de artesãos,  que possuíam uma determinada profissão ou talento especial, de clérigos, de personalidades desejosas de se integrarem  ou contribuírem  com aspectos úteis à corporação.
Assim, desde o século XV, por exemplo, as corporações maçônicas escocesas e inglesas adotaram o costume de conceder ao rei o privilégio de figurar como “Grão-mestre”, privilégio este dado também aos nobres de maior influência. No século XVII, muitas lojas britânicas de pedreiros foram reorganizadas segundo o modelo das academias italianas, nas quais os maçons “aceites”, ao longo dos tempos, eram tão numerosos que imprimiram à corporação à qual pertenciam  um modelo diverso do anterior. Dessa forma,  nas corporações onde tal fato começou a acontecer, o elemento ”operativo” foi cedendo lugar ao elemento “especulativo”.
Essas  transformações levaram centenas de anos para se completar, de tal forma que a Grã-Bretanha, onde a tradição era corporativa(pois as tradições eram tratadas de forma conservadora), manteve-se sem mudanças até o século XVIII, quando as antigas “lojas de pedreiros operativos” se transformaram em “lojas de pedreiros especulativos”, mantendo, porém, o mesmo prestígio, destaque e relevo social que mantinham no passado. A Grã-Bretanha prima também por conservar fielmente o simbolismo e o ritual dos tempos remotos que, em outros países, era, às vezes, enriquecido ou deturpado pela continuidade secular de sua prática.
                                                     (*) Extraído do Livro  Templários, Sua Origem Mística.

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