No passado, pode ser
detectada uma ligação entre a Maçonaria e os Templários no que diz respeito ao
corporativismo, tanto dos obreiros como
dos escudeiros e pajens. O historiador Maçônico Paul Naudon dizia de forma
clara que: “A Franco-maçonaria apresenta-se como a continuação e a
transformação da organização dos misteres da Idade Média e do Renascimento, na qual o elemento especulativo tomou o lugar
do elemento operativo.
O que não deixa de impressionar
na cristalização maçônica dos dias de hoje é a existência de todo um conjunto
de elementos que lembram a organização das ordens da cavalaria e, sobretudo, o
idealismo dos Templários; por outro lado, grande parte do vocabulário maçônico
tem sua origem nos Templários. Parafraseando
o genial poeta e filósofo português Fernando Pessoa que dizia: “Se és maçom,
sou mais que maçom. Eu sou Templário...Meu Irmão, dou-te um abraço fraternal”(Do
Livro O Pensamento Maçônico de Fernando Pessoa, de Jorge de Matos, Hugin, Ed.,
p. 138). Parece, todavia, que essa associação se deve mais à influência que os
Templários exerceram na construção civil e religiosa e nas próprias corporações
dos pedreiros do que uma ligação direta entre Ordem do Templo e a Ordem Maçônica. Não convém esquecer que
boa parte dos ritos denominados “escocês” e “francês”, com sua complexa emblemática, tiveram sua
origem no século XVIII nas cortes e salões aristocráticos da Alemanha, França e
Inglaterra.
A maioria das regras
de comportamento que haviam sido adotadas pelos Cavaleiros Templários e seus pajens foi mantida, exceto pequenas diferenças nas corporações dos
pedreiros , como, por exemplo, que estas podiam aceitar no seu seio, desde que
aprovadas pela maioria, determinadas
pessoas que interessavam à Ordem , muitas vezes sem condições de entrar, como era o caso de estrangeiros, de
artesãos, que possuíam uma determinada
profissão ou talento especial, de clérigos, de personalidades desejosas de se
integrarem ou contribuírem com aspectos úteis à corporação.
Assim, desde o século
XV, por exemplo, as corporações maçônicas escocesas e inglesas adotaram o
costume de conceder ao rei o privilégio de figurar como “Grão-mestre”,
privilégio este dado também aos nobres de maior influência. No século XVII,
muitas lojas britânicas de pedreiros foram reorganizadas segundo o modelo das
academias italianas, nas quais os maçons “aceites”, ao longo dos tempos, eram
tão numerosos que imprimiram à corporação à qual pertenciam um modelo diverso do anterior. Dessa forma, nas corporações onde tal fato começou a
acontecer, o elemento ”operativo” foi cedendo lugar ao elemento “especulativo”.
Essas transformações levaram centenas de anos para
se completar, de tal forma que a Grã-Bretanha, onde a tradição era corporativa(pois
as tradições eram tratadas de forma conservadora), manteve-se sem mudanças até
o século XVIII, quando as antigas “lojas de pedreiros operativos” se
transformaram em “lojas de pedreiros especulativos”, mantendo, porém, o mesmo
prestígio, destaque e relevo social que mantinham no passado. A Grã-Bretanha
prima também por conservar fielmente o simbolismo e o ritual dos tempos remotos
que, em outros países, era, às vezes, enriquecido ou deturpado pela
continuidade secular de sua prática.
(*) Extraído do Livro Templários,
Sua Origem Mística.
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