sexta-feira, 22 de novembro de 2013
HOMEM LIVRE...
Seríamos todos realmente “livres”?
Sobre essa expressão, geralmente os IIr.•. dizem que é um resquício da antiguidade, um apêndice não removido, que refere-se à escravidão de outrora. Outras fontes maçônicas apontam à independência decorrente da não submissão a trabalho servil. Mas aqui gostaria de levantar outro enfoque de “liberdade”. Seríamos todos realmente “livres”?
Ouso afirmar que 95% da população não o é completamente.
Senão vejamos o que é ser livre?
Simplificadamente é poder “optar” entre isso ou aquilo, livremente e sem coação (ou indução?). Se já não há constrangimento para que ajamos dessa ou daquela forma (senão em virtude de lei), qual seria outra forma de interferência capaz de influenciar nossos juízos e ações?
Poder-se-ia perquirir da manipulação da mídia, das mensagens subliminares, da publicidade que induz às massas ao que gostar e consumir, mas mesmo que grande parcela da população realmente seja vulnerável a esse tipo de influência, quero crer que os livres-pensadores estejam mais imunes a essa virulência moderna. Descartamos aqui, então, as influências externas (não sem antes atentarmos a elas), e aqui já começa o leitor atento a ter indícios do enfoque pretendido.
Toda pessoa tem “tendências”, ou seja, em situações semelhantes, tende a agir ou reagir de tal ou qual forma. Os espiritualistas explicariam essas “tendências” como resquícios de personalidades de outras vidas. Os psicanalistas talvez as explicassem em termos de influências subconscientes. Outros poderiam ainda arguir a teoria do “atavismo” (comportamentos ancestrais latentes). Pouco importa a justificativa, fato é que essas tendências existem, e é delas que queremos aqui tratar.
Se há algum móvel interno, oculto, dissimulado, para as ações de um indivíduo, seria ele plenamente “livre”? Tenho a íntima convicção de que, dependendo do grau de autoconsciência do sujeito, ele pode ser mesmo joguete dessas “forças” internas, bastando para tanto “agir por impulso”.
“Conhece-te a ti mesmo”, já dizia o antigo adágio, mas quantos podem, inequivocamente, afirmar que realmente se conhecem?
O conhecer-se a si mesmo implica numa “sinceridade interna” que poucos suportam, porque dolorida. Reconhecer a si mesmo os próprios erros e vícios, as inclinações pouco louváveis, obrigatoriamente perpassa um necessário exercício de “confissão interna”, franqueza ou auto-honestidade absoluta. O mais comum é o indivíduo procurar justificar a si mesmo as suas faltas em termos de “projeção”, ou seja, “- se assim agi é porque fui levado a isso pelos erros dos outros”.
Mas somos humanos. Reconheçamos a nossa humanidade também nas fraquezas inerentes ao ser humano. Não somos “seres ascencionados” para estarmos imunes a sentimentos vis, por mais sutis e aculturados que esses se possam mostrar. Alguns afirmam que por baixo da pele do homem dormita um lobo, pronto a ser despertado. Não cheguemos a tanto, pois que acreditamos na bondade do ser, contudo inicialmente admitamos que algo sempre há de incorrigido dentro de nós. Esse é o primeiro passo.
O segundo passo seria nunca agir por impulso, pois que o instinto assim atua, quando não se deixa atuar a racionalidade. Respirar ao menos uma vez antes de responder a algo que nos contraria continua sendo um excelente exercício.
Outro exercício seria o “destrinchar” dos sentimentos. Se algo lhe magoou ou entristeceu, procure no seu interior, com honestidade, as raízes desse sentimento. Averigue se ele não provém na realidade de motivo menos nobre, como orgulho, inveja, vaidade... SEJA SINCERO! É um diálogo interno, de você consigo mesmo, ninguém precisa ficar sabendo. E depois aja, ou abandone o sentimento, ou o substitua por outro, ou seja, EXERÇA VOCÊ MESMO VIGILÂNCIA SOBRE OS SEUS PENSAMENTOS E EMOÇÕES, PROCURE CONHECER E SUPERAR AS SUAS TENDÊNCIAS INCONSCIENTES. Seja livre!
E não pense que o autor desta já obteve êxito nesse ínterim. Esse é um exercício diário, quando as arestas vão sendo paulatinamente removidas. Pode ser que essa pedra demore a vida inteira para ser lapidada (e geralmente assim é), mas isso não impede que apresentemos ao “mestre de obras” no dia de hoje uma pedra melhor do que a que apresentamos no dia de ontem.
Ir.'. Fábio Henrique Hardt - MI
REAA - GLMERGS.
ARLS Baden-Powell 185
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