sábado, 12 de outubro de 2013

MAÇONARIA E CIDADANIA...

A Maçonaria não é uma religião, muito menos bruxaria, mas é uma instituição filosófica, filantrópica, progressista, universal, que busca o aperfeiçoamento humano através da prática das virtudes, cuja filosofia se baseia no trinômio: liberdade, igualdade e fraternidade. Como tal, nossa instituição não aquilata os valores individuais através dos altos padrões intelectuais, sociais ou econômicos, mas sim pelos valores morais, patrióticos e humanitários que cada homem desenvolve em si e no meio da comunidade onde vive. O maçom é um homem de princípios rígidos, que, em primeiríssimo lugar, crê em Deus, ama o próximo e dedica a sua vida a uma nobre causa, na qual acredita profundamente: a fraternidade universal, porque todo homem quando nasce é “livre”, sem cadeias que o atrelem ao berço; sem religião e apolítico; entretanto, compete aos pais educá-lo nos caminhos de Deus e na boa convivência com a sociedade. O maçom não é político-partidário, mas reconhece na política bem exercida, conduzida com seriedade e honestidade, uma ciência admirável a serviço da sociedade. Dentro dos nossos princípios, compete-nos erigir templos às virtudes e cadeias para os vícios, como nossos antepassados, que um dia foram livres para sonhar, lutar e conseguir uma pátria livre, muitas vezes com o sacrifício da própria vida. A nós, maçons e brasileiros, cabe-nos preservar esta liberdade que um dia foi conseguida com braços fortes. A soberania do Brasil se vê ameaçada quando um país vizinho fala em se apoderar de uma empresa nossa, onde, legalmente, brasileiros trabalham, repassando para eles a nossa alta tecnologia; a nossa soberania está ameaçada, quando trustes internacionais, sob o disfarce de ecologia e meio ambiente, solapam os nossos direitos, invadindo sorrateiramente a nossa Amazônia, para inculcar-nos silvícolas línguas que não são nossas, trocando por ninharias sentimentos de nacionalidade destes com falsas noções de “universalidade da Amazônia”, segundo os mesmos, patrimônio universal, pulmão do mundo! Nós, os maçons, somos totalmente pela paz, mas que seja uma paz honrosa, e para isso existem os foros internacionais, os tratados comerciais, enfim, trabalho para os juízes e aristocratas. E os nossos políticos e governantes? O elevado número de CPIs (na maioria mal terminadas), com a maioria de deputados, senadores, ministros, juízes e outros envolvidos em maracutaias, mensalões, bolsões, cuecões e tantas outras corrupções; são tantos e tão variados pratos oferecidos pela pizzaria brasiliense, que, se fossem servidos, saciariam todos os famintos do mundo e só de restos ainda sobrariam doze mil cestos! Maçons, irmãos e brasileiros, uni-vos a clubes de serviços, ONGs, associações de bairros, cooperativas, associações religiosas, enfim, todas as pessoas de bem que ainda existem, tirai a venda do conformismo político, quebrai as correntes de desinformação e manifestai publicamente conosco o nosso justo repúdio contra as corrupções, privilégios e impunidades que assolam a nossa Pátria e aumentam a desigualdade social entre as classes. Novas eleições se aproximam. Os maus políticos já ensaiam demagógicos e repetidos “chavões”, para arrancar votos dos incautos ou mal informados eleitores, dilatando dessa forma o círculo das corrupções e impunidades, com falsas promessas eleitoreiras. Lembre-se de que o voto é a mais poderosa arma que o cidadão pode usar para vencer os maus políticos e piores governantes. Os maçons do Leste de Minas querem se fazer ouvir em Brasília e esperam a adesão de todos os irmãos, de todas as Obediências, para tornar público e notório o seu repúdio ao atual estado de coisas. Unamo-nos em defesa de um Brasil mais humano, mais fraterno e mais respeitado por todos! Que o G:.A:.D:.U:. nos ilumine! Trabalho do Ir:. José Ferreira Lima, Delegado da DR-33 do Grande Oriente do Estado de Minas Gerais. Artigo publicado pelo jornal Diário do Rio Doce, de Governador Valadares/MG, com alterações para publicação no Portal GOB. Fonte: Portal do GOB-Grande Oriente do Brasil Postado por Blog do Regis Camboa às 14:42 Nenhum comentário:

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O FUNDO MORAL DA FILOSOFIA DE SÓCRATES...

cada homem é homem no sentido concreto do termo, existindo, vivendo dentro do seu tempo, dentro de sua trama social, convivendo com determinado período que se fará história, com um certa condição cultural... Sócrates sabe que o homem é finito, por mais que ele consiga aumentar o seu conhecimento, por maior que seja esse conhecimento, será sempre muito mais ignorante que sábio. O conhecimento do sábio, vamos supor do mais sábio de todos os homens, seria como que uma gota diante do mar imenso de conhecimentos que ele ignora. Quando Sócrates diz que nada sabe, ele não o diz por falsa modéstia. É que ele tem noção exata das limitações do homem no campo do saber. Quanto mais sábio é o indivíduo, maior e a noção que ele possuí da sua própria ignorância; rir-se da fatuidade daqueles que se julgam sabedores de todas as coisas. Assim, a ironia em Sócrates é uma atividade francamente filosófica. É por isso que Francis Wolff afirma que a ironia socrática: “Talves seja uma atitude profundamente filosófica. Pois quer ela se exerça sobre as coisas, sobre os outros ou sobre si, ela tem sempre um efeito saneador e purificador. Em o escárnio ou o sarcasmo, marcas de uma vaidade finalmente dogmática, nem a hipocrisia ou o embuste, sempre malignos, mas sim a ironia sempre e artificiosa”. Enquanto os sofistas passeiam a sua sabedoria pelas ruas de Atenas, procurando fazer as coisas tendo em mira sempre o progresso pessoal, o enriquecimento rápido, visando poder conquistar o domínio do prestígio popular, Sócrates dedica-se de corpo e alma, esquecido de si mesmo, a melhor o estado moral e espiritual dos Atenienses. Entrega-se ele com toda a energia possível à educação da juventude. Educa e instrui. E nesse educar, passa Sócrates a subordinar o discurso a uma busca irrecusável da verdade em identificação permanente com o bem moral. Ele interpreta a exortação do Oráculo de Delfos (conhece-te a ti mesmo) como indicação maior para não perder nunca de vista a sua própria limitação. Daí a razão por que Sócrates dedica a sua vida ao conhecimento da verdade. Essa união da consciência moral aliada ao conhecimento intelectual do verdadeiro e do falso tornaram-se princípios da civilização hodierna. Enquanto os sofistas negam qualquer discussão teórica sobre o bem e o mal, Sócrates defende a idéia de que ninguém pratica o mal pelo simples prazer de praticá-lo voluntariamente. Quando o homem pratica o mal, o faz por ignorância. Sim, porque ao praticar o mal, o homem age sem antes ter pensado, sem antes ter examinado o resultado efetivo do seu agir. Sócrates refere-se àquele exame do qual nasce o saber que transforma o homem, dando-lhe a noção de que o mal deve ser evitado. Além do mais, que é o “bem”?. Que é o “mal”? O “bem” de hoje pode não ser o “bem” de ontem; o “mal” de hoje pode não ser o “mal” de amanhã. Para que se entenda a proposta moral da filosofia socrática, é necessário não desfitar os olhos de uma grande verdade: cada homem é homem no sentido concreto do termo, existindo, vivendo dentro do seu tempo, dentro de sua trama social, convivendo com determinado período que se fará história, com um certa condição cultural, maior ou menor, dependendo do seu esforço de busca, de pesquisa, de indagação. Desse modo é diferente a existência do homem-concreto, daquela existência que ele mesmo percorre como homem-abstrato. O homem-abstrato é o homem-humanidade, a composição heterogênea de todos os indivíduos, vivos ou mortos, sábios ou ignorantes. O homem apresenta, pois, duas faces completamente diferentes: ele - próprio e ele - humanidade. Como homem ele - próprio, guarda para si tudo aquilo de bom que haja conseguido para o enriquecimento de sua inteligência. O homem passa a ser homem-humanidade, quando passa a participar da própria humanidade, distribuindo com os outros homens as riquezas adquiridas por sua inteligência. Ninguém é mal, diz Sócrates, porque ninguém faz o mal voluntariamente. No entanto, é mais fácil a distribuição do mal, do que a repartição do bem. Por quê? Podemos responder, apontando o próprio exemplo de Sócrates, que se dedica a instruir a mocidade de sua terra. E ele o faz convicto de que assim está trabalhando para evitar que o mal domine o bem. Quantos seguiram ou seguem o exemplo de Sócrates? O mal, para Sócrates, repetimos, é fruto da ignorância porque consiste no não ter sabido agir, não ter tido a virtude necessária para fazer o bem. É do nosso pensar que a moralidade pode não ser ciência com as outras, mas implica também, como as outras, um conjunto de dados espirituais, experimentais e culturais. Em primeiro lugar, Sócrates se vale da FORÇA interna para se dedicar ao TRABALHO. E o faz com convicção, mas sobretudo, com amor, de vez que ele esta em busca da CIENCIA. Sócrates busca a verdade ciência, a flor da sabedoria, porque sabe que assim conseguira a VIRTUDE. Ele acha que o homem de posse da virtude conseguida através da verdadeira sabedoria, que é, nada mais, nada menos, que o aperfeiçoamento moral do espírito, chegara à PUREZA, e, só assim conseguira a grande LUZ da VERDADE. Sócrates, pela sua filosofia moral, admite que todos os que se conduzem mal são ignorantes e imprudentes. Por que existe o mal? Sócrates diz que o LOGOS é aquilo segundo o qual todas as coisas acontecem, e, mesmo sendo o LOGOS coisa comum por excelência, o homem se afasta dele. O homem esta sempre envolvido por dois grandes mistérios: o mistério do seu nascimento e o mistério de sua morte, e por mais que faça, por mais que lute, por mais que medite, nunca terá de si mesmo um conhecimento total. Se o homem pudesse abarcar uma perspectiva de conjunto que é ele mesmo – corpo e espírito – talvez pudesse vir a descobrir o “quase” tudo sobre si mesmo. É por isso que Sócrates entende que só a “ciência”, só a verdade sabedoria leva o homem ao bem, pelo seu próprio aperfeiçoamento. Para Sócrates, a virtude é um saber. E aí estamos diante de um paradoxo, uma vez que, para ele, só se adquire a virtude pelos caminhos do saber. A virtude não pode ser ensinada, mas pode ser sugerida. O saber que a virtude exige, não é um saber que se possa adquirir, como se adquire o conhecimento das matemáticas ou da gramática. Para que se o adquira, é necessário todo um esforço interior que ninguém pode fazer por nós, mas que a FILOSOFIA nos faz descobrir sua urgente necessidade. Sócrates não escreveu uma só linha. Mas a sua vida e, sobretudo a sua morte são o grande e eterno poema da filosofia do bem e da moral. Texto do Ir.’. Raimundo Rodrigues ARLS Pelicano nº 233 - GLESP - Or.'. de São Paulo-SP. publicado na Revista A Verdade

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PROPÓSITO DA MAÇONARIA...

Explicações necessárias – Os homens são frequentemente atraídos para a Maçonaria por uma pessoa da família ou por um amigo, que é Maçom e a quem eles respeitam. Na maioria das vezes ingressam na Ordem baseados somente naquela relação de amizade, acreditando que homens bons não pertenceriam a uma instituição que não fosse digna. Mas será que aqueles que não têm qualquer conexão familiar ou amigos maçons não deveriam receber explicações sobre Maçonaria e seus propósitos? Esta questão tem sido enfrentada por muitos Maçons que sabem que muitos homens em sua comunidade poderiam ser bons Maçons, e que poderiam ingressar na Ordem se soubessem mais sobre ela. Muitos Maçons se sentem inseguros em falar sobre Maçonaria para aqueles que não são maçons. Respondendo a esse problema, estamos elaborando estes artigos, limitados a duas páginas cada, com o propósito de por em destaque pontos de interesse daqueles “não maçons“ que desejam saber, informar-se, conhecer e aprender determinados assuntos que podem ser comentados sobre Maçonaria. Ninguém pode votar interese ou amor ao que desconhece. Para que os candidatos tomem real interesse pela Ordem, devemos dar a eles, no mínimo, uma preparação básica da Maçonaria. Para obtermos um homem que acredita na Maçonaria, um homem que seja um futuro membro ativo. Podemos ainda dizer àquele que tenha revelado interesse pela Maçonaria o que se espera que ele faça ao se tornar um Maçom. E ele entenderá antecipadamente o que é, os motivos de suas palavras, e como isso o beneficiará. Isso poderá desencorajar uns poucos que simplesmente querem ser conhecidos como Maçons; mas, aqueles que realmente querem fazer algo são atraídos por organizações que manifestam claramente seus princípios, que convidam a assumir um verdadeiro compromisso. Temos que usar o tempo que se fizer necessário para mostrar, ensinar e guiar o futuro Irmão a um claro entendimento acerca dos princípios maçônicos. Devemos fazer um esforço sólido e concentrado para divulgar nossos princípios e pontos de vista nas comunidades onde vivemos. Ninguém fará isso por nós. Simplesmente não há desculpa por nos isolarmos em nossos templos enquanto a comunidade rodopia a nossa volta. Uma de nossas metas deve ser a de melhorar o conhecimento público acerca da fraternidade maçônica. A Maçonaria tem muito a oferecer. Ela tem sido uma fonte de sabedoria e satisfação pessoal para milhões de bons homens. Hoje em dia, seus princípios e seus benefícios estão disponíveis e são tão oportunos quanto sempre foram. Nós queremos, preferivelmente, aqueles que “farão”, e não aqueles que simplesmente “serão”. Ajudemos, portanto, os Irmãos a compreender que os candidatos são necessários para a sobrevivência da Loja e para o crescimento e difusão do bom trabalho da Maçonaria. Nós somos a maior fraternidade do Mundo, fundada nos mais nobres princípios. Devemos passar aos futuros membros que a fraternidade é o caminho, a missão e a meta. Qual é o propósito da Maçonaria? - O propósito básico é “tornar ainda melhores os homens bons”, melhores pais, melhores maridos, melhores irmãos e filhos. Tenta dar ênfase ao individuo pelo fortalecimento de seu caráter, melhorando sua perspectiva moral e espiritual, e ampliando seus horizontes. Tenta construir um mundo melhor, construindo homens melhores para trabalhar em suas comunidades. E assim, os homens compreenderão melhor a justiça e praticarão a lei de Deus e todos os povos serão irmãos. O ingresso está limitado aos homens adultos que possam reunir reconhecidas qualificações e padrões de caráter e reputação. A Maçonaria é uma organização secreta ou uma religião? A resposta é não. Uma organização secreta é aquela que oculta seus membros, que se reúne em locais secretos, e que esconde do público sua organização e seus princípios. Essa descrição não se aplica à Maçonaria. Nossos segredos são muito poucos e dizem respeito a métodos de reconhecimento pessoal, alguns detalhes de nossos Graus, e à privacidade do voto de cada membro. A Maçonaria não é uma religião, ainda que tenha algum caráter religioso. Em seus Princípios Fundamentais, deduz-se entre seus corolários: “A Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um Princípio Criador, ao qual, em respeito a todas as religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo”. Afirma, assim, a existência de Deus que nos criou. Se o nosso corpo físico é perecível, a nossa alma é eterna e Deus, pela sua imensidade, está em tudo que existe. Cada candidato ao ingresso na Maçonaria deve expressar a sua crença e fé em Deus. A Maçonaria não toma o lugar da religião. Ela acentua o compromisso pessoal e o envolvimento de cada membro na comunidade religiosa escolhida por cada um. Recrutamento – Recrutar significa “angariar”; somente um Mestre poderá propor à Loja o nome de um profano que julgue digno de ingressar na Ordem. O recrutamento não é um ato social; comumente, são recrutados os amigos íntimos ou parentes, nem sempre aptos para se tornarem co-Irmãos e comungarem na mística maçônica. Espiritualmente, o Recrutamento é ato muito sério. O maçom deve ter a certeza de que não é ele quem recruta, pois ele é um mero instrumento que o Grande Arquiteto do Universo usa para arregimentar mais um elemento “livre e de bons costumes”, para fortalecer com mais um elo a Cadeia de União. Um Maçom deve estar sempre preocupado com o bom recrutamento da Ordem, esforçando-se por somente fazer admitir em sua Loja os profanos que sabe serem dignos, assinalando, sem hesitações, os candidatos que considerar indignos. Para isso, é necessário que tenha o trabalho de se informar sobre todos aqueles que, em seu redor, lhe parecerem suscetíveis de se tornarem bons Maçons e que não tema em solicitar a opinião de alguns dos Irmãos de sua Loja, antes de se decidir a propor um candidato ou de combater outro. Numa grande cidade, as informações seguras são muito mais difíceis de serem obtidas do que numa localidade menos povoada, onde todo mundo é conhecido. É necessário, portanto, redobrar de prudência. Antes de ser proposto um candidato, o maçom deve recolher-se em profunda meditação; buscar inspiração na prece, que é o meio pelo qual nos ligamos ao Pai; decidir se envia a sua proposta, dentro do templo; ter certeza absoluta de que a inspiração veio “de cima”. Quando tiver a convicção de que se trata de pessoa honesta, é preciso ainda saber se o candidato está talhado para ser um Maçom. No caso de ser ele capaz de adquirir a nossa mensalidade comum, visto que deseje sinceramente aperfeiçoar a sua educação e seu valor moral, dado o seu sentimento de solidariedade fraterna, se é perseverante e fiel e se será assíduo. Aqueles que são atraídos à nossa Sublime Instituição pela esperança de encontrar a satisfação de suas ambições, raramente tornam-se bons Maçons. Uma vez dentro da Loja, desviam os nossos Trabalhos no sentido de suas paixões ou de seus interesses. E, desde que se convençam de que as suas esperanças não se realizam, não mais frequentam as nossas Sessões, não pagam mais as suas mensalidades, fazem-se cobrir de direitos e tornam-se, na maior parte das vezes, difamadores encarniçados da nossa Ordem que nem mesmo tiveram tempo de conhecer. Assim, nada mais recomendável que um método rigoroso a ser aplicado para o recrutamento. Com esse espírito, e pela instância de assiduidade dos Obreiros, tão necessária à cultura do Espírito Maçônico é certo que há de ser conseguido um espírito de disciplina e desejo de aperfeiçoamento, uma harmonia perfeita, uma afeição fraterna. Trabalhos interessantes e fecundos e uma grande prosperidade material, intelectual e moral. E viveremos como Irmãos, não se fazendo nenhum mal, ajudando-nos mutuamente pelo sentimento natural da solidariedade. Valdemar Sansão – M.’. M.’.

sábado, 5 de outubro de 2013

LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE...

“Politicamente falando, não há mais do que um princípio – a soberania do homem sobre si mesmo. Essa soberania de mim e sobre mim chama-se Liberdade. Onde duas ou mais destas soberanias se associam principia o Estado. Nesta associação, porém, não se dá abdicação de qualidade nenhuma. Cada soberania concede certa quantidade de si mesma para formar o direito comum, quantidade que não é maior para uns do que para outros. Esta identidade de concessão que cada um faz a todos chama-se Igualdade. O direito comum não é mais do que proteção de todos dividida pelo direito de cada um. Esta proteção de todos sobre cada um chama-se Fraternidade. O ponto de interseção de todas estas soberanias que se agregam chama-se Sociedade. Ora, sendo essa interseção uma junção, por conseqüência esse ponto é um nó. Vejamos agora o que é a igualdade, pois se a liberdade é o cume, a igualdade é a base. A igualdade, não é o nivelamento de toda a vegetação; uma sociedade de grandes cânulas de erva e pequenos carvalhos; um tecido de invejas; é, civilmente, a admissão de todas as aptidões; politicamente, o mesmo peso para todos os votos”. Victor Hugo, poeta francês – opositor de Napoleão Bonaparte. Lema A idéia deste ensaio é debater o tão conhecido lema da maçonaria: liberdade, igualdade e fraternidade. Tal lema foi “emprestado” da Revolução Francesa que, por sua vez, foi influenciada pelos iluministas, os quais pregavam a liberdade, igualdade e a fraternidade como uma forma de se rebelar contra o feudalismo e aristocracia da época. No que se refere à liberdade: tal termo pode ser definido e entendido como a liberdade de expressão; a liberdade de ir e vir; a liberdade de pensamento; de religião; de ação...ou seja, supostamente a possibilidade de se poder fazer o quê tiver em mente mas, no entanto, tal liberdade sem precedentes nunca existiu e provavelmente nunca existirá, devido ao fato de que sempre existiram ordens e regras a serem seguidas. A liberdade existe até certo ponto, ou seja, existe até que não atinja nem interfira na liberdade do outro, do próximo. E sendo assim, já se tem – automaticamente – um limite a tal liberdade. Há muitos séculos atrás, a Igreja Católica era a Instituição detentora do poder tanto financeiro quanto o de controlar a população através de diversas artimanhas que utilizavam o sagrado, a religião, o intangível e a fé como forma de limitar a liberdade desse povo e assim, de lidera-los. Com o passar dos tempos, essa mesma Igreja divide esse poder de dominação com os reis e em seguida, com a alta nobreza. E hoje, esse poder se encontra no governo vigente que julga, estabelece e instaura leis de conduta para toda uma nação que nada mais são do que limites para se manter a ordem mínima, sem mencionar a influência do governo de outros países nessa frágil e regulada liberdade. Ao mesmo tempo, é realmente necessário que se tenha ordem, regras, uma linha de conduta a se seguir. Nos povos antigos, nômades e índios, não havia um governo que criava e instalava leis mas, existiam as tradições, os costumes que não são nada mais que “leis” a qual todo um povo obedecia, não deixando de atuar como um limite àquela liberdade. Sem tais ordens e leis, provavelmente a anarquia se instauraria, visto que dificilmente um grupo de homens consegue chegar a um senso comum, se cada um levar em conta a sua própria liberdade de escolha. O mesmo ocorre com grupos religiosos: há sempre uma ordem, ou melhor, um credo, uma crença a ser seguida pelos fiéis. “É fácil estabelecer a ordem de uma sociedade na submissão de cada um dos seus componentes a regras fixas. É fácil moldar um homem cego que tolere, sem protestar, um mestre ou um corão. Mas é muito diferente libertar o homem, faze-lo reinar sobre si próprio. Mas o que é libertar? Se eu libertar, no deserto, um homem que não sente nada, que significa sua liberdade? Libertar este homem seria mostrar-lhe que tem sede e traçar o caminho para um poço. Só então se lhe ofereceriam possibilidades que teriam significado. Libertar um pedra nada significa se não existir gravidade. Porque a pedra, depois de liberta, não iria a parte nenhuma”. Antoine de Saint-Exupery – Escritor francês. É notável que sempre que alguma pessoa se rebela, vai contra tais leis e crenças estabelecidas, está somente exercendo o seu direito à liberdade. E, é notável também que, quando isso acontece será – de alguma forma – repreendido, detido. Assim, grandes rebeliões, tem como conseqüência grandes massacres exatamente pelo fato de que, quem domina não aceita a opinião alheia, muito menos subalterna e não pode ser dar ao luxo de abrir exceções e por isso, reprime – como uma forma de demonstrar seu poder – mas também como forma de inibir futuras “demonstrações de liberdade”, por assim dizer. “A forma é sempre ausência de liberdade, mesmo quando é desejada. Por isso, em nenhuma forma de Estado, mesmo na aparentemente mais livre, a noção filosófica ou mesmo política de liberdade pode ser transportada para a realidade. A república é tão pouco sinônima de liberdade da mesma forma que a monarquia. A diferença entre as formas de Estado reside sempre no ritual, e o ritual é sempre determinado, em última análise, pela personalidade daquele que está no cimo (quer seja imperador ou presidente)”. Arthur Schnitzler – Escritor Austríaco Sendo assim, ou seja, sabendo que todo ser-humano tem, por natureza, direito à liberdade, sabe-se também que todo ser-humano não consegue exerce-la, por vários motivos. Quando esse direito interfere no direito do outro de liberdade, muitos choques acontecem e para que todos vivam “pacificamente”, necessita-se de uma lei tentando colocar essas pessoas como sendo iguais, trazendo consigo o desejo da igualdade. “É fácil de ver que, entre as diferenças que distinguem os homens, muitas passam por naturais, quando são unicamente a obra do hábito e dos diversos gêneros de vida adaptados pelos homens na sociedade. Assim, num temperamento robusto ou delicado, a força ou fraqueza que disso dependem, vêm muitas vezes mais da maneira dura ou efeminada pela qual foi educado do que da constituição primitiva dos corpos. Acontece o mesmo com as forças do espírito, e a educação só estabelece a diferença entre espíritos cultivados e os que não o são, como aumenta a que se acha entre os primeiros à proporção da cultura; com efeito quando um gigante e um anão marcham da mesma estrada, cada passo representa uma nova vantagem para o gigante”.Jean Jacques Rosseau – Filósofo e pensador suíço (base do Romantismo) Todos, no entanto, deveriam ser tratados da mesma forma, como que nivelando um tipo de tratamento para todos os homens. Se assim fosse, aquelas regras e leis se tornariam inviáveis para uma parcela da população e por isso, aceita-se que exista a diferença. Supondo que a distribuição inicial é desigual, procura-se uma regra de redistribuição que, em relação ao estado anterior das coisas, tem resultado igualitário. Assim seria, por exemplo, a regra que garantisse um nível mínimo de renda ou acesso a certos cargos ou posições (nivelando oportunidades). Mas supondo uma situação como, por exemplo: você trabalha bastante, e não ganha o suficiente para sustentar a si mesmo e à sua família. E, o seu vizinho, não se interessa, não se importa, muito menos se esforça para garantir o sustento de sua própria família como você mas, como estamos (supostamente) em um estado igualitário, o governo dá a mesma quantia de dinheiro (supostamente) tanto para você (que se esforça ao máximo) quanto para seu vizinho (que não se importa). Considerando o ser humano como ele realmente é...a primeira pergunta que surge: é justo? Ora, do ponto de vista de Deus, com certeza. Do ponto de vista do Estado (utopicamente igualitário) o vizinho tem tanto direito quanto você mas, é moralmente correto? É praticamente certo que muitos dirão que, moralmente é incorreto pois aquele que trabalha e se esforça é merecedor de ajuda e o outro não. “A revolução do século XX separou arbitrariamente, para fins desmesurados de conquista, duas noções inseparáveis. A liberdade absoluta mete a justiça a ridículo. A justiça absoluta nega a liberdade. Nenhum homem considera livre a sua condição se ela não for ao mesmo tempo justa, nem justa se não for livre”.Albert Camus – Filosofo e escritor argeliano. Todos os homens devem ser tratados por igual, o que não quer dizer que sejam todos iguais mas sim que, a desigualdade de fato é irrelevante para o tratamento dos homens. O princípio de cada caso particular deve ser tratado como tal: é o ideal da plena flexibilidade do direito, a justiça do caso concreto...quando os indivíduos são iguais – mais rigorosamente – quando os indivíduos e as conseqüências extremas são iguais – devem ser tratados igualmente; quando os indivíduos e as circunstâncias extremas são desiguais – devem ser tratados desigualmente. Este não é um princípio de igualdade e sim de um tratamento igual e desigual. A justiça não é igualdade. É nesse momento que entra em jogo a tão perdida e fracassada FRATERNIDADE. Ou seja, se aquele que é capaz de aceitar, de achar que aquele irmão merece o mesmo que ele, é o realmente fraterno. Aquilo que desejo para o outro é o mesmo que desejo para mim. É claro que muitas pessoas foram benevolentes e fraternas o suficiente para não só aceitar mas como defender e encorajar tal situação. Hoje em dia ainda ocorre? Sim...muito mais raramente..mas, ocorre. A fraternidade resume todos os deveres dos homens. Ela significa: devotamento, abnegação, tolerância, indulgência; é a caridade evangélica por excelência e a aplicação a máxima: “agir para com os outros como gostaríamos que os outros agissem conosco”. A contrapartida é o egoísmo. A fraternidade diz: “cada um por todos e todos por um”. O egoísmo diz: “cada um por si”. Sendo essas duas qualificações a negação uma da outra, é tão impossível a um egoísta agir fraternalmente para com seus semelhantes, quanto o é para um avarento ser generoso, a um homem pequeno alcançar a altura de um homem grande. Na fraternidade, a palavra “eu” tem seu valor diminuído diante da importância da palavra “nós”. Numa fraternidade todos se ajudam mútua e desinteressadamente. Uma fraternidade é como uma família bem constituída. O “coletivo” sempre prevalecerá sobre o “individual”, pois cada um só será feliz se todos forem felizes, só será próspero se a prosperidade atingir a todos. Em prol dos interesses da fraternidade todos sacrificam alegremente seus interesses pessoais. Mas, pode-se ver que na atual sociedade, esse sentido de fraternidade praticamente não existe pois a sociedade, as pessoas, o ser humano se corrompeu com o capitalismo. O desenvolvimento e enriquecimento próprio passaram a ser a ordem do dia e as pessoas simplesmente não mais se importam com o outro que está exatamente ao lado. A filantropia é quase sinônimo de fraternidade: é uma forma de amor universal, em cujo caminho devemos trilhar, observando e ajudando a todos os necessitados, desde os desvalidos de sorte até os aparentemente mais felizes. Qual é o inimigo da igualdade? É o orgulho. O orgulho que, por toda a parte quer primar e dominar, que vive de privilégios e de exceções, pode suportar a igualdade social, mas não a fundará jamais e a destruirá na primeira ocasião. Ora, sendo o orgulho, ele também, uma das pragas da sociedade, enquanto não for destruído, oporá uma barreira à verdadeira igualdade. A liberdade, dissemos, é filha da fraternidade e da igualdade; falamos da liberdade legal e não da liberdade natural que é, por direito, nata para toda criatura humana, desde o selvagem ao homem civilizado. Vivendo os homens como irmãos, com os mesmos direitos, animados por um sentimento de benevolência recíproco, praticarão entre si a justiça, não procurarão nunca se fazerem mal, e não terão, consequentemente, nada a temer uns dos outros. A liberdade será sem perigo, porque ninguém pensará em dela abusar em prejuízo de seus semelhantes. Mas como o egoísmo que quer tudo para si, o orgulho que quer sempre dominar dariam a mão a liberdade que os destruiria? Os inimigos da liberdade são, ao mesmo tempo, o egoísmo e o orgulho, como o são da igualdade e da fraternidade. A liberdade supõe a confiança mútua; ora, não poderia haver confiança entre pessoas movidas pelo sentimento exclusivo da personalidade; sempre com medo de perder o que chamam de “direito”, a dominação é a condição de sua existência, por isso armarão sempre ciladas à liberdade, e a abafarão tanto tempo quanto o puderem. Esses três princípios são, pois, como o dissemos, solidários uns com os outros e se servem mutuamente de apoio. Assim, formam um triângulo no qual: a liberdade não sobrevive sem a fraternidade e sem a igualdade; a igualdade também não sobrevive sem a liberdade e sem a fraternidade; Mas, no entanto, a fraternidade sobrevive sem a liberdade e sem a igualdade pois: não é preciso sermos todos iguais para sermos fraternos; não é preciso sermos livres para sermos fraternos. Exatamente porque a fraternidade é um sentimento genuíno, que só o homem é capaz de tê-la, mas que teima em perdê-la. Tentemos então, sobreviver sem a liberdade e sem a igualdade que não nos é possível e nos prender a fraternidade que ainda nos resta, a fraternidade que a tudo leva......à liberdade......e à igualdade. Ir.'. Alcides Germano F° (M.'.I.'.) ARLS Deus, Justiça e Amor nº 2086 GOB - Or.'. Sumaré - SP.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

MORAL E DOGMA...

Maçonaria é ação, não inércia. Ela exige de seus iniciados que trabalhem, ativa e zelosamente, para o benefício de seus Irmãos, de seu país e da Humanidade... A Maçonaria possui em sua filosofia um ensinamento que pode ser expresso num simples ditame: "Proteja os oprimidos dos opressores; e dedique-se a honra e aos interesses de seu País". Maçonaria não é especulativa nem teórica, mas experimental, não sentimental, mas prática. Ela requer renúncia e autocontrole. Ela apresenta uma face severa aos vícios do homem e interfere em muitos de nossos objetivos e prazeres. Penetra além da região do pensamento vago; além das regiões em que moralizadores e filósofos teceram suas belas teorias e elaboraram suas esplendidas máximas, alcançando as profundezas do coração, repreendendo-nos por nossa mesquinhez, acusando-nos de nossos preconceitos e paixões e guerreando contra nossos vícios. É uma luta contra paixões que brotam do seio dos mais puros sentimentos, um mundo onde preconceitos admiráveis contrastam com práticas viciosas, de bons ditados e más ações; onde paixões abjetas não são apenas refreadas pelos costumes e pelos cerimoniais, mas se escondem por trás de um véu de bonitos sentimentos. Este solecismo tem existido por todas as épocas. O sentimentalismo católico tem muitas vezes acobertado a infidelidade e os vícios. A retidão dos protestantes apregoa, freqüentemente, a espiritualidade e a fé, mas negligencia a verdade simples, a candura e a generosidade; e a sofisticação do racionalismo ultra liberal em muitas ocasiões conduz ao céu em seus sonhos, mas chafurda na lama de suas ações. Por mais que exista um mundo de sentimentos maçônicos, ainda assim ele pode ser um mundo onde ela esta ausente. Ainda que haja um sentimento vago de caridade maçônica, generosidade e desprendimento, falta a pratica ativa da virtude, da bondade, do altruísmo e da liberalidade. A Maçonaria assemelha-se aí às luzes frias, embora brilhantes. Há clarões ocasionais de sentimentos generosos e viris, um esplendor fugaz de pensamentos nobres e elevados, que iluminam a imaginação de alguns. Mas não há o calor vital em seus corações. Boa parte dos homens tem sentimentos, mas não princípios. Os sentimentos são sensações temporárias, enquanto os princípios são como virtudes permanentemente impressas na alma para seu controle. Os sentimentos são vagos e involuntários; não ascendem ao nível da virtude. Todos os têm. Mas os princípios são regras de conduta que moldam e controlam nossas ações. Pois é justamente neles que a Maçonaria insiste. Nós aprovamos o que é certo, mas geralmente fazemos o que é errado; esta é a velha história das deficiências humanas. Ninguém encoraja e aplaude injustiça, fraude, opressão, ambição, vingança, inveja ou calúnia; ainda assim, quantos dos que condenam essas coisas são culpados delas, eles mesmos. Já nos foi dito: "Homem, quem quer que sejas, se julgas, para ti não há desculpa, porque te condenas a ti mesmo, uma vez que fazes exatamente as mesmas coisas." É surpreendente ver como os homens falam das virtudes e da honra e não pautam suas vidas nem por uma nem por outra. A boca exprime o que o coração deveria ter em abundância, mas quase sempre é o reverso do que o homem pratica. Os homens podem realmente, de um certo modo, interessar-se pela Maçonaria, mesmo que muitos deficientes em virtudes. Um homem pode ser bom em geral e muito mau em particular: bom na Loja e ruim no mundo profano, bom em público e mau para com a família. Muitos desejam sinceramente ser bons Maçons. Mas é preciso que resistam a certos estímulos, que sacrifiquem certos caprichos. Como é ingrato aquele que morre medíocre, sem nada fazer que o glorifique para os Céus. Sua vida é como árvore estéril, que vive, cresce, exaure o solo e ainda assim não deixa uma semente, nenhum bom trabalho que possa deixar outro depois dele! Nem todos podem deixar alguma coisa para a posteridade, mas todos podem deixar alguma coisa, de acordo com suas possibilidades e condições. Quem pretender alçar-se aos Céus sozinho, dificilmente encontrará o caminho. A operosidade jamais é infrutífera. Senão trouxer alegria com o lucro, ao menos, por mantê-lo ocupado, evitará outros males. Se tivermos liberdade para fazer qualquer coisa, devemos encará-la como uma dádiva dos Céus; se temos a predisposição de usar bem esta liberdade, então é uma dádiva da Divindade. Maçonaria é ação, não inércia. Ela exige de seus iniciados que trabalhem, ativa e zelosamente, para o benefício de seus Irmãos, de seu país e da Humanidade. É a defensora dos oprimidos, do mesmo modo que consola e conforta os desafortunados. Frente a ela é muito mais honroso ser o instrumento do progresso e da reforma do que deliciar-se nos títulos pomposos e nos autos cargos que ela confere. A maçonaria advoga pelo homem comum no que envolve os melhores interesses da Humanidade. Ela odeia o poder insolente e a usurpação desavergonhada. Apieda-se do pobre, dos que sofrem, dos aflitos; e trabalha para elevar o ignorante, os que caíram e os desafortunados. A fidelidade à sua missão será medida pela extensão de seus esforços e pelos meios que empregar para melhorar as condições dos povos. Um povo inteligente, informado de seus direitos, logo saberá do poder que tem e não será oprimido. Uma nação nunca estará segura se descansar no colo da ignorância. Melhorar a massa do povo é a grade garantia da liberdade popular. Se isto for negligenciado, todo o refinamento, a cortesia e o conhecimento acumulado nas classes superiores perecerão mais dia menos dia, tal como capim seco no fogo da fúria popular. Não é a missão da Maçonaria engajar-se em tramas e conspirações contra o governo civil. Ela não faz propaganda fanática de qualquer credo ou teoria; nem se proclama inimiga de governos. Ela é o apóstolo da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Não faz pactos com seitas de teóricos, utopistas ou filósofos. Não reconhece como seus iniciados aqueles que afrontam a ordem civil e a autoridade legal, nem aqueles que se propõem a negar aos moribundos o consolo da religião. Ela se coloca à parte de todas as seitas e credos, em sua dignidade calma e simples, sempre a mesma sob qualquer governo. A maçonaria reconhece como verdade que a necessidade, assim como o direito abstrato e a justiça ideal devem ter sua participação na elaboração das leis, na administração dos afazeres públicos e na regulamentação das relações da sociedade. Sabe o quanto à necessidade tem por prioridade nas lidas humanas. A maçonaria espera e anseia pelo dia em que todos os povos, mesmo os mais retrógrados, se elevem e se qualifiquem para a liberdade política, quando, como todos os males que afligem a terra, a pobreza, a servidão e a dependência abjeta não mais existirão. Onde quer que um povo se capacite à liberdade e a governar-se a si próprio, ai residem as simpatias da Maçonaria. A Maçonaria jamais será instrumento de tolerância para com a maldade, de enfraquecimento moral ou de depravação e brutalização do espírito humano. O medo da punição jamais fará do maçom um cúmplice para corromper seus compatriotas nem um instrumento de depravação e barbarismo. Onde quer que seja, como já aconteceu, se um tirano mandar prender um crítico mordaz para que seja julgado e punido, caso um maçom faça parte do júri cabe a ele defende-lo, ainda que à vista do cadafalso e das baionetas do tirano. O maçom prefere passar sua vida oculto no recesso da penumbra, alimentando o espírito com visões de boas e nobres ações, do que ser colocado no mais resplandecente dos tronos e ser impedido de realizar o que deve. Se ele tiver dado o menor impulso que seja a qualquer intento nobre; se ele tiver acalmado ânimos e consciências, aliviado o jugo da pobreza e da dependência ou socorrido homens dignos do grilhão da opressão; se ele tiver ajudado seus compatriotas a obter paz, a mais preciosa das possessões; se ele cooperou para reconciliar partes conflitantes e para ensinar aos cidadãos a buscar a proteção das leis de seu país; se ele fez sua parte, junto aos melhores e pautou-se pelas mais nobres ações, ele pode descansar, porque não viveu em vão. A Maçonaria ensina que todo poder é delegado para o bem e não para o mal do povo. A resistência ao poder usurpado não é meramente um dever que homem deve a si próprio e a seu semelhante, mas uma obrigação que ele deve a Deus para restabelecer e manter a posição que Ele lhe confiou na criação. O maçom sábio e bem informado dedicar-se-á à Liberdade e à Justiça. Estará sempre pronto a lutar em sua defesa, onde quer que elas existam. Não será nunca indiferente a ele quando a Liberdade, a sua ou a de outro homem de mérito, estiver ameaçada. O verdadeiro maçom identifica a honra de seu país como a sua própria. Nada conduz mais à glória e à beleza de um país do que ter a justiça administrada a todos de igual modo, a ninguém negada, vendida ou preterida. Não se esqueça, pois, daquilo a que você devotou quando entrou na Maçonaria: defenda o fraco contra o truculento, o destituído contra o poderoso, o oprimido contra o agressor! Mantenha-se vigilante quanto aos interesses e à honra de teu país! E possa o Grande Arquiteto do Universo dar-lhe a força e a sabedoria para mantê-lo firme em seus altos propósitos! Albert Pike - Soberano Grande Comendador (texto escrito em 1871). O Autor: Escritor e advogado norte-americano. Autor de várias obras, tanto profanas, como maçônicas. Sua principal obra é Morals and dogma. Em 1859 foi eleito "Soberano Grande Comendador", tendo participado do Supremo Conselho Meridional do R.: E.: A.: A.:. Foi Grão-Mestre Provincial da Grande Loja Real da Escócia nos Estados Unidos e "Membro Honorário” de muitos Conselhos espalhados pelo mundo.

VIDA E MORTE NA VISÃO DE PLATÃO...

Podemos estar vivendo no eterno, porque somos seres divinos, e simultaneamente estar vivendo nesse mundo efêmero, onde tudo é transitório. Esse é o grande desafio colocado diante de todos nós... A morte sempre foi vista como a única grande certeza para todos aqueles que vivem. Não há quem não tenha presenciado a morte de um ente querido. A percepção da inevitabilidade da morte e a indagação do que ocorrerá após o falecimento do corpo é sempre uma investigação fascinante. Os diálogos entre Sócrates e seus discípulos são muito significativos e abordam de uma maneira clara e lógica a questão da natureza da vida e da morte e da complementaridade entre pólos opostos. A investigação sobre a morte é tida por Platão como algo fundamental. Ele chega a dizer que filosofia é o estudo da morte. Segundo ele, qualquer homem que tem o espírito filosófico deve estar disposto a morrer (mas não a tirar a sua própria vida); deve estar pronto para ser liberto do corpo e dos grilhões da matéria. No Fédon, o assunto morte adquire uma relevância ainda maior, já que o debate se dá entre o momento em que Sócrates é condenado à morte e o instante da morte em si, quando ele bebe a cicuta – um poderoso veneno. Logo no início do livro, Sócrates, tendo sido libertado das correntes que prendiam as suas pernas, comenta: “Como é estranho isso que os homens denominam prazer. Ele está intimamente ligado à dor, que acreditamos ser o seu oposto. Embora essas duas sensações não se apresentem simultaneamente, aquele que persegue uma das duas é levado a experimentar a outra. É como se fossem inseparáveis. Agora que me soltaram das correntes, sobreveio-me um sentimento de prazer; o prazer de estar liberto. Ocorreu uma substituição de um pelo outro”. EQUILÍBRIO E JUSTIÇA De acordo com a sabedoria chinesa, os opostos se sucedem alternadamente. Depois de uma época de abundância necessariamente advém uma época de escassez. O apogeu sempre dá lugar ao declínio. Depois da tempestade, vem a bonança. Quando as trevas chagam ao máximo, a luz começa a crescer gradualmente substituindo a escuridão. O mesmo ocorre nas estações do ano. A partir do momento quando o verão chega ao seu auge, o calor começa a diminuir de intensidade e os dias vão progressivamente ficando mais curtos. Aos poucos o frio vai substituindo o calor. Quando, no clímax do inverno, o frio chega ao seu pico, mais uma vez ocorre uma reversão do ciclo e, a partir daí, o tempo começa a esquentar novamente e o sol vai tomando o lugar das trevas. Vemos que um princípio sempre leva consigo o seu oposto complementar. Por isso os chineses falavam que a vida é uma perpétua alternância entre os princípios Yang e Yin, o positivo e o negativo, o masculino e o feminino, o bem e o mal, a inspiração e a expiração. Segundo eles, dentro do Yin está contido o Yang e dentro do Yang está contido o Yin. Na realidade os dois princípios estão harmonicamente integrados no todo. A alternância cíclica entre esses dois aspectos é vista como parte essencial da expressão da vida na natureza. É importante que estejamos cientes e preparados para observar esse fato em nossas vidas. Sabemos que depois do dia sempre vem a noite, e que depois da noite sempre vem o dia. Basta observar a natureza. Isso ocorre porque, quando se chega a um extremo, surge uma tensão, uma força, que puxa no sentido oposto. Essa tensão é criada pelo potencial que existe entre os pares de opostos. Os opostos se atraem. O homem atrai a mulher e a mulher atrai o homem. Na natureza, todos os pares de opostos se atraem: o positivo e o negativo, o bom e o mau, a luz e a sombra, etc. Quando estudamos a história observamos que toda a civilização cresce, se desenvolve, chega ao seu ápice, e depois, inevitavelmente, começa a decair até ser vencida ou desaparecer. Observa-se que nada pode ficar continuamente no mesmo estado. Tudo que sobe tem de descer, tudo que enche deve se esvaziar. Tudo que se torna maior tem que ter sido menor e vice-versa. Quando uma pessoa está em evidência, por muito tempo, ela acaba sendo forçada pelas circunstâncias da vida a sair de evidência. Ninguém fica no topo o tempo todo. Os taoístas dizem: se você quer derrubar uma pessoa, coloque-a num pedestal. Certamente ela vai cair rapidamente. Quando mais se estica um elástico numa direção, maior a tensão, maior a força puxando no sentido contrário. Sempre que se chega a um extremo, a força no sentido contrário passa a ser muito grande. Ao observarmos nossas vidas, podemos achar que determinados acontecimentos, como a morte de um familiar, a perda de um emprego ou uma mudança forçada de cidade são ruins. Uma série de mudanças que nos incomodaram muito em primeira instância, quando vistas de uma perspectiva de longo prazo, podem ser vistas como benéficas. O que parecia mal se tornou bom. Platão nos faz ver que, na vida, nada deve ser visto de forma isolada; toda moeda tem o seu dorso. Todo ganho tem seu preço, e ocasiona algum tipo de perda. Tudo o que é positivo tem seu lado negativo. Nada é totalmente bom ou totalmente ruim. Não existe pessoa que só tenha vitórias na vida. A perda está sempre à espreita por detrás de cada vitória. Se assim não fosse, não poderia haver equilíbrio e justiça no universo. O equilíbrio é uma lei fundamental do universo. Se uma pessoa está ganhando de um lado, tem que perder do outro para que o equilíbrio seja mantido. Na visão dos hinduístas, o universo é uma grande dança. Eles representam a contínua alternância entre os opostos como a dança de Shiva. Shiva é um dos deuses mais cultuados na Índia. Isso é curioso, porque ele é um deus associado à destruição. Existe na Índia uma trindade muito conhecida formada por Brahma, Vishnu e Shiva; onde Brahma está associado à criação, Vishnu à preservação e Shiva à destruição. Quando se viaja pela Índia percebe-se que quase não existem templos destinados a Brahma; que existem alguns poucos destinados a Vishnu; e uma enorme quantidade de templos destinados a Shiva. Por que razão isso ocorre? É que Shiva representa a renovação resultante da morte e da destruição. Para que o novo possa nascer, é necessário que as formas gastas sejam removidas. Ao mesmo tempo, Shiva inspira certo temor naqueles que não tiveram ainda a percepção de que vida e morte são aspectos complementares de uma mesma realidade divina. Essa dança de shiva de criação e destruição é, na realidade, a base da existência. Nada pode existir estático na natureza. A nossa ignorância é a que nos impede de ver a mudança como um elemento fundamental da própria existência. Nada permanece estático, nem por um breve momento. Tudo flui, tudo está em contínuo movimento. A folha da árvore que cai vira adubo para o crescimento de outras árvores. Na natureza nada se perde. ALTERNÂNCIA DE OPOSTOS A estabilidade é apenas um estado temporário entre dois movimentos. O pêndulo de um relógio pára quando chega a um dos extremos. Esta pausa deve ser vista como parte integrante do movimento entre os pares de opostos. Tudo que chega a um extremo é forçado a retroceder no sentido do pólo oposto. No I Ching existe uma representação muito bela, de que o homem está colocado entre o céu e a terra, o céu representando a criatividade, o aspecto da não-forma, e a terra o aspecto da matéria, caracterizado pela forma. Podemos dizer que existe uma tensão entre os opostos céu e terra. O homem, estando submetido a essas duas forças de polaridades opostas, sente-se dividido. Daí surge o conflito, a necessidade de uma tomada de posição. O homem, por ser espiritual e material ao mesmo tempo, está continuamente sofrendo duas pressões, uma que o atrai para cima, no sentido divino, e outra que o puxa para baixo, levando-o a se voltar para as paixões terrenas. Ao longo da vida, um dia é de alegria, o outro de tristeza; um dia se está por cima e no outro por baixo. Um dia se tem um salário menor, outro dia um maior. A vida é uma constante alternância entre os opostos. EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA Platão dizia que devemos observar como os pares de opostos se manifestam na natureza: o alto e o baixo; o positivo e o negativo; o masculino e o feminino; o dia e a noite; o sono e a vigília. Durante o dia estamos em estado de vigília e à noite dormindo. Esse é o processo natural. Ninguém pode ficar eternamente acordado ou eternamente dormindo. A vida nos impele ao descanso no final do dia. O cansaço vai aumentando, começa a sonolência, começamos a bocejar e temos vontade de dormir. No final da madrugada, quando já se dormiu o suficiente, tendo o organismo recobrado as suas energias, há o processo oposto do despertar. Observamos assim, que o sono leva ao estado de vigília e o estado de vigília leva ao sono. Como dizem os chineses, o Yin conduz ao seu aspecto complementar Yang e o Yang conduz ao Yin. Inevitavelmente, um sempre leva ao outro, e esta alternância cíclica nunca pára. Seria muita ignorância da nossa parte temer que o inverno perdura para sempre ou desejar que o verão nunca termine. A vida não seria como ela é hoje, se não houvesse essa alternância. Os contrastes que ela produz são essenciais para a evolução da consciência de todos os seres vivos. Platão comenta que tudo na vida opera através dos pares de opostos. Está claro para todos que o dia e a noite formam um par de opostos. Da mesma forma, os estados de vigília e sono são postos complementares. Qual seria então o pólo complementar da vida? Podemos observar que o estado de vigília guarda uma semelhança com o estado de estar vivo. Por outro lado, existe uma grande afinidade entre o estado de sono e a morte. Durante o sono há um estado de inconsciência. Durante a vigília, o ser está desperto e consciente. Será que, por analogia, poder-se-ia afirmar que vida e morte são também processos complementares, um levando ao outro? Platão disse que, ao menos, existe evidência visível de um dos processos. Todos já tiveram a oportunidade de ver como, de um momento para outro, seres que estavam vivos falecem e passam para o reino dos mortos. Esse é um fato que observamos com freqüência. A transição da vida para a morte é um processo do qual ninguém pode fugir. O falecimento e a desintegração do corpo são inevitáveis. Existe, portanto, o processo visível da vida gerando a morte. Será que não haveria um processo complementar da morte transmutando-se em vida? Embora não se possa observar sensorialmente a transição da morte para a vida, pela lógica, isso deveria ocorrer naturalmente. Não temos dúvida sobre a existência do processo da vida gerando a morte. Será que a natureza é capenga? Não faz sentido algum afirmar a não existência do processo de retorno para a vida daqueles que faleceram. Seria o mesmo que dizer que uma pessoa que dorme nunca vai acordar novamente. Ninguém duvida do fato de que quem dorme deve acordar. O sono é necessário para que o organismo possa se recompor, para que o homem esteja preparado para iniciar uma nova jornada. Será que vida e morte não se alternam da mesma forma? Será que a analogia não é suficientemente clara neste caso, para nos induzir a aceitar o fato de que de um estado por nós desconhecido, de uma condição de “morte”, de alguma forma a vida renasce novamente? Isso parece muito lógico e razoável. Negar o renascimento equivale a acreditar que tudo que dorme vai permanecer dormindo para sempre. Se todas as pessoas morressem e não retornassem, chegaria um momento que todo mundo estaria morto e a vida humana teria chegado ao fim. A morte teria engolido tudo que existe e passaria a ser a senhora absoluta do universo! Felizmente, isso é não só ilógico como impossível. A morte não pode tudo engolir, porque morte e vida são aspectos de uma mesma realidade. O universo é um cosmo, um todo ordenado. Há uma inteligência que tudo rege. O argumento de Platão é perfeito para explicar a complementaridade entre a vida e a morte. A morte não pode ser o fim. Não podemos imaginar, disse Platão, que não existe uma alma que sobreviva à morte. O que morre na realidade é o corpo. A alma não morre, e preserva em seu seio a sabedoria – a única coisa que tem real valor. Nada que se tem – objetos, poderes, posses -, nada pode ser levado no momento da morte. É por isso que a morte se apresenta para muitas pessoas como algo terrível. Platão dizia, no entanto, que o filósofo não deveria temer a morte. Nos diálogos de Fédon, os discípulos de Sócrates, nos momentos que antecederam a sua morte, perguntaram-lhe: “Quer dizer que você não tem nenhum receio da morte; que você não está sentindo nenhum pouco de rancor; que não está se sentindo injustiçado; que não tem nenhum sentimento negativo em relação à morte?” Sócrates respondeu: “Como é que um sábio que estudou a morte durante toda a sua vida pode temê-la? Se a filosofia é o estudo da morte, o medo não faz o mínimo sentido. Durante toda a minha vida eu estive investigando a morte. Aprendi que, para me preparar para a morte, eu precisava me desapegar de tudo que é material, incluindo o meu corpo”. “Como eu posso me opor ao inevitável? Minha morte já está sentenciada. Já estou condenado e sei que vou morrer inevitavelmente. Só tenho que aproveitar esses breves momentos conversando com vocês de forma prazerosa. Isso é muito simples”. Será que nós não podemos seguir o exemplo de Sócrates e começarmos a nos preparar para a transição? Será que somos capazes de deixar de lado os nossos apegos e caprichos, e percebermos a inutilidade da busca de posses materiais, poder e prestígio? Para que a criança possa nascer o velho tem que morrer. Nós temos que voltar a ser crianças para entrar no reino dos céus. Cristo morreu para poder ressuscitar para a vida eterna e entrar no reino dos céus. Aqui novamente nos deparamos com a duplicidade: a morte transformando-se em vida e o inferno sendo uma passagem necessária para se chegar ao céu. Sri Aurobindo dizia que nós não devemos achar que a vida divina somente pode ser experimentada após a morte. Segundo ele, é possível levar uma vida divina enquanto estamos aqui na Terra. Não há nenhuma incompatibilidade entre a vida terrena, onde usamos como veículo um corpo físico, e a vida divina. O segredo é morrer a cada instante para o passado. A integração do homem, com sua verdadeira natureza, a natureza espiritual pode acontecer enquanto estamos aqui na Terra. Podemos estar na Terra, mas não somos da Terra. Estamos vivos, mas ao mesmo tempo estamos mortos para o apego, para o egoísmo e para todos os sentimentos impuros derivados do contato com a matéria. Podemos estar vivendo no eterno, porque somos seres divinos, e simultaneamente estar vivendo nesse mundo efêmero, onde tudo é transitório. Esse é o grande desafio colocado diante de todos nós. Trabalho de autoria de Eduardo Weaver Publicado no nº 17, da Revista SOPHIA – Editora Teosófica Órgão da Sociedade Teosófica do

sábado, 21 de setembro de 2013

MAÇONARIA E CIDADANIA...

A Maçonaria não é uma religião, muito menos bruxaria, mas é uma instituição filosófica, filantrópica, progressista, universal, que busca o aperfeiçoamento humano através da prática das virtudes, cuja filosofia se baseia no trinômio: liberdade, igualdade e fraternidade. Como tal, nossa instituição não aquilata os valores individuais através dos altos padrões intelectuais, sociais ou econômicos, mas sim pelos valores morais, patrióticos e humanitários que cada homem desenvolve em si e no meio da comunidade onde vive. O maçom é um homem de princípios rígidos, que, em primeiríssimo lugar, crê em Deus, ama o próximo e dedica a sua vida a uma nobre causa, na qual acredita profundamente: a fraternidade universal, porque todo homem quando nasce é “livre”, sem cadeias que o atrelem ao berço; sem religião e apolítico; entretanto, compete aos pais educá-lo nos caminhos de Deus e na boa convivência com a sociedade. O maçom não é político-partidário, mas reconhece na política bem exercida, conduzida com seriedade e honestidade, uma ciência admirável a serviço da sociedade. Dentro dos nossos princípios, compete-nos erigir templos às virtudes e cadeias para os vícios, como nossos antepassados, que um dia foram livres para sonhar, lutar e conseguir uma pátria livre, muitas vezes com o sacrifício da própria vida. A nós, maçons e brasileiros, cabe-nos preservar esta liberdade que um dia foi conseguida com braços fortes. A soberania do Brasil se vê ameaçada quando um país vizinho fala em se apoderar de uma empresa nossa, onde, legalmente, brasileiros trabalham, repassando para eles a nossa alta tecnologia; a nossa soberania está ameaçada, quando trustes internacionais, sob o disfarce de ecologia e meio ambiente, solapam os nossos direitos, invadindo sorrateiramente a nossa Amazônia, para inculcar-nos silvícolas línguas que não são nossas, trocando por ninharias sentimentos de nacionalidade destes com falsas noções de “universalidade da Amazônia”, segundo os mesmos, patrimônio universal, pulmão do mundo! Nós, os maçons, somos totalmente pela paz, mas que seja uma paz honrosa, e para isso existem os foros internacionais, os tratados comerciais, enfim, trabalho para os juízes e aristocratas. E os nossos políticos e governantes? O elevado número de CPIs (na maioria mal terminadas), com a maioria de deputados, senadores, ministros, juízes e outros envolvidos em maracutaias, mensalões, bolsões, cuecões e tantas outras corrupções; são tantos e tão variados pratos oferecidos pela pizzaria brasiliense, que, se fossem servidos, saciariam todos os famintos do mundo e só de restos ainda sobrariam doze mil cestos! Maçons, irmãos e brasileiros, uni-vos a clubes de serviços, ONGs, associações de bairros, cooperativas, associações religiosas, enfim, todas as pessoas de bem que ainda existem, tirai a venda do conformismo político, quebrai as correntes de desinformação e manifestai publicamente conosco o nosso justo repúdio contra as corrupções, privilégios e impunidades que assolam a nossa Pátria e aumentam a desigualdade social entre as classes. Novas eleições se aproximam. Os maus políticos já ensaiam demagógicos e repetidos “chavões”, para arrancar votos dos incautos ou mal informados eleitores, dilatando dessa forma o círculo das corrupções e impunidades, com falsas promessas eleitoreiras. Lembre-se de que o voto é a mais poderosa arma que o cidadão pode usar para vencer os maus políticos e piores governantes. Os maçons do Leste de Minas querem se fazer ouvir em Brasília e esperam a adesão de todos os irmãos, de todas as Obediências, para tornar público e notório o seu repúdio ao atual estado de coisas. Unamo-nos em defesa de um Brasil mais humano, mais fraterno e mais respeitado por todos! Que o G:.A:.D:.U:. nos ilumine! Trabalho do Ir:. José Ferreira Lima, Delegado da DR-33 do Grande Oriente do Estado de Minas Gerais. Artigo publicado pelo jornal Diário do Rio Doce, de Governador Valadares/MG, com alterações para publicação no Portal GOB. Fonte: Portal do GOB-Grande Oriente do Brasil