sábado, 10 de agosto de 2013

JESUS E A ORDEM DOS ESSÊNIOS(*)


Na época de Jesus existiam várias seitas e Ordens na Palestina, sendo as principais a dos Saduceus, a dos Fariseus e a dos Essênios. Esta última, embora apreciada e conhecida pelo povo por sua ação humanitária de curar os doentes e dar assistência social (especialmente os doentes de lepra e nas grandes epidemias), não é mencionada no Novo testamento.
Encontramos algumas referências a eles na obra do historiador Josephus, que os descreve desta forma: “Os Essênios são as pessoas mais honestas do mundo e são muito boas tanto nas suas palavras de conforto como nas suas ações de cura; são trabalhadores, empreendedores e têm muita habilidade artesanal e dedicação à agricultura. Eles praticam a justiça e a igualdade entre todas as pessoas,  tanto em seus negócios como nos seus relacionamentos. Vivem em comunidades perto das cidades, em casas isoladas umas das outras. Seguem costumes rígidos e austeros; evitam os prazeres da carne como a sensualidade, a riqueza, a ganância, a vida mundana; cuidam, com zelo e boa vontade, dos doentes, das crianças, de outras pessoas ,  e todos pertencem à mesma irmandade”..
Os Essênios eram uma antiga Ordem secreta sediada na Palestina com ramificações em outros lugares do mundo antigo, como nos Himalayas, no deserto de Gobi, no fundo do mar Morto, na América e na África(no Egito, chamava-se de “Ordem dos Terapeutas”; pertenciam a ela os mais renomados médicos da Antiguidade, tanto egípcios  como gregos). Seus membros dividiam-se em duas categorias: a) a primeira,   composta  pelos sacerdotes, discípulos e vestais que se recolhiam nos mosteiros onde levavam uma vida de celibato e de estudos, com o objetivo de aprender a esmagar os baixos instintos naturais do homem para poder alcançar o despertar da consciência  por meio de vários degraus iniciáticos até atingir o pleno despertar do Espírito; b) a segunda categoria era formada pelos membros externos que viviam em comunidades nas quais, na época de Cristo, segundo nos menciona Rudolf Steiner( O Christianismo como facto Mystico e... p. 115) baseado nos escritos de G. R. Mead, Fragmentos de uma Crença Desaparecida(Fragmente eines verschollenen Glauben, Leipzig, 1902, verlag von Max Altmann) havia perto de 4.000  Essênios  somente na Palestina. Essas comunas eram compostas de casas muito simples, isoladas, porém suficientemente próxima uma das outras para proteção mútua. Em cada uma das casas existia um cômodo ou “cela” chamado de templo ou monastério, usado nas meditações diárias dos moradores, para alcançar os “segredos da vida superior”.Suas principais atividades eram agrícolas ou artesanais, casavam-se preferencialmente entre eles , e as filhas, ao completarem 12 anos, eram apresentadas no templo, numa cerimônia especial da qual participavam 144 meninas; entre estas eram escolhidas(por meio de um sorteio de bastões brancos)  algumas como vestais  e as outras eram oferecidas em casamento aos viúvos da comunidade. Em cada comuna existia também uma casa especial(bethsaid)  que servia para abrigar os viajantes ou recolher os enfermos.
Os filhos dos Essênios também eram escolhidos quando tinham doze anos(selecionados por mestres que os observavam desde pequenos), para serem  internados num mosteiro da ordem(Krmel), erguido numa montanha frente ao mar, a dois dias de viagem da cidade de Nazareth.
Esses meninos(neófitos) ficavam por um longo período no Krmel, como aprendizes, para serem instruídos nos segredos da Ordem(durante esse período usavam uma túnica preta), e, depois de  passar por várias provações , eram iniciados(recebendo uma túnica branca) nos conhecimentos transcendentais de Ishtar a Lua-Sol, para desenvolver o amor e a intuição, e ainda a sabedoria de Hrma= Mercúrio, para aprender a manipular os fenômenos naturais, permitindo-lhes realizar a cura das diversas doenças.
A rotina dos neófitos, desde que entravam na Ordem aos  13 anos (idade em que se inicia a maturidade do homem, segundo  os judeus=misvah), era estudar para serem aprovados numa série de provações , para depois fazerem os seus votos solenes de silêncio, pelos quais não podiam revelar os segredos da conduta de vida, de  obediência aos superiores; manter um padrão de conduta estritamente de acordo com os predicados   da Ordem; respeitar  vida acima de tudo; amar ao próximo  sobre todas as coisas e cuidar da saúde de si próprio  e do próximo.
A iniciação era feita em salões subterrâneos sob o Templo, nos quais o neófito deitava numa pedra com os braços em cruz e seu iniciador, colocando a mão direita na sua testa, fazia uma ligação psíquica com ele, induzindo-o a uma viagem astral iniciática, pela qual era colocado face a face com o “Sem Nome” ou “Todo”, ao mesmo tempo em que lhe eram desvendados pelo menos 1.000 anos da história da Terra(Gaia) e sua ligação com os mestres cósmicos.
Segundo os Essênios, o mosteiro de Kmel foi construído em épocas remotas pelos mestres ancestrais da raça vermelha no monte Yishreel e dividido em duas partes diferentes: uma externa, considerada profana, destinada aos rituais esotéricos  próprios de um templo comum, às moradias dos mestres e discípulos, aos refeitórios, às salas de estudos, aos pátios, aos jardins e aos estábulos; e outra parte, subterrânea, exotérica, de acesso secreto restrito aos profanos, possuindo uma série de galerias e  túneis escavados nas rochas da montanha, aparentemente por meio de um processo desconhecido até hoje, pelo qual os mestres da raça vermelha abriram as galerias subterrâneas  fundindo a rocha e deixando a superfície das paredes e pisos perfeitamente lisos e cristalizadas, ao mesmo tempo em que irradiavam uma luminosidade opalina emitida por uma fonte desconhecida.
Nessas galerias existiam as várias  câmaras de  iniciação e uma enorme biblioteca com tábuas, de terracota, lâminas de  vários metais, inclusive de cobre e ouro, com inscrições  e milhares de rolos de papiros, relatando a história da humanidade com vários tipos de escrita(cuneiformes, simbólica, sinais gráficos, etc.) e em várias línguas como: sânscrito, aramaico, caldeu, sudeano, vatan e devanagárico, etc. Por questões de segurança, essa biblioteca era periodicamente deslocada para outros  centros dos Essênios situados sob o mar Morto e nas profundezas do Himalaia.
O lema da ordem era: “Não acreditar em nada, levantar os véus e dar apoio às Grandes Almas(Avatares) em nome do “Supremo Todo” ou “Sem Nome”, para que no momento certo divulguem os Conhecimentos das Idades”.
Os Essênios acreditavam no Mestre da Integridade que viria para explicar a sabedoria de todos os profetas anteriores a Ele; portanto, era o  Consagrado, o Messias que anunciaria os Novos Tempos.
Essa Ordem acolheu Jesus desde criança e, a partir dos treze anos, iniciou-o nos conhecimentos transcendentais, bem como o treinou para realizar suas curas miraculosas e ainda lhe deu cobertura em suas viagens pelos vários países, para reafirmar a doutrina de amor entre todos os seres humanos. Isto fica bem claro na leitura dos fragmentos encontrados, em 1947, numa caverna de Wadi Qumram e na de Wadi Marabbaat,  em 1949, que fazem parte dos “Escritos do Mar Morto”, compilados e preservados  em sacos betumados selados em ânforas de barro, pelos Essênios do mosteiro de Kirher Qumran, e destruído pelos Romanos por volta do ano 70 d.C.
Os escritos do Mar Morto, que narram os fatos e a filosofia que vigorava milênios a.C., acrescentam profunda percepção ao descrito  no Novo Testamento, tecendo um paralelo entre as doutrinas dos Essênios formuladas muitos séculos antes do nascimento de Jesus e as doutrinas cristãs primitivas, pois os papiros do Mar Morto apresentam muitos ensinamentos que nos Evangelhos são atribuídos a Jesus, mas que, na realidade, originam-se de uma tradição muito mais antiga. Todos esses Escritos, mesmo que autênticos, foram considerados como apócrifos pela Igreja Católica, porque não se enquadram exatamente nos princípios teológicos adotados por ela.Além desses, existem centenas das antigas escrituras que  a Igreja  Católica considera,   sistematicamente, como apócrifos, entre os quais podemos citar o Evangelho dos Essênios;
Em 1928, Edmond Szekely publica a tradução dos Evangelhos dos Essênios escrito em aramaico, encontrado num arquivo secreto da Biblioteca do Vaticano, estando hoje preservado no “Royal Archives of the Hapsburgs”, na Áustria, Neles, Jesus  é apresentado como Mestre da Integridade que prega a renúncia, a austeridade, a vida simples para alcançar a purificação mental e um estado mental que possa emitir somente idéias elevadas.  


(*) Extraído do Livro “Templários, sua Origem Mística” (autores: Ilr.’. David Caparelli e Pier Campadello).   

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