Na época de Jesus
existiam várias seitas e Ordens na Palestina, sendo as principais a dos
Saduceus, a dos Fariseus e a dos Essênios. Esta última, embora apreciada e conhecida
pelo povo por sua ação humanitária de curar os doentes e dar assistência social
(especialmente os doentes de lepra e nas grandes epidemias), não é mencionada
no Novo testamento.
Encontramos algumas
referências a eles na obra do historiador Josephus, que os descreve desta
forma: “Os Essênios são as pessoas mais honestas do mundo e são muito boas
tanto nas suas palavras de conforto como nas suas ações de cura; são
trabalhadores, empreendedores e têm muita habilidade artesanal e dedicação à
agricultura. Eles praticam a justiça e a igualdade entre todas as pessoas, tanto em seus negócios como nos seus
relacionamentos. Vivem em comunidades perto das cidades, em casas isoladas umas
das outras. Seguem costumes rígidos e austeros; evitam os prazeres da carne
como a sensualidade, a riqueza, a ganância, a vida mundana; cuidam, com zelo e
boa vontade, dos doentes, das crianças, de outras pessoas , e todos pertencem à mesma irmandade”..
Os Essênios eram uma
antiga Ordem secreta sediada na Palestina com ramificações em outros lugares do
mundo antigo, como nos Himalayas, no deserto de Gobi, no fundo do mar Morto, na
América e na África(no Egito, chamava-se de “Ordem dos Terapeutas”; pertenciam
a ela os mais renomados médicos da Antiguidade, tanto egípcios como gregos). Seus membros dividiam-se em duas
categorias: a) a primeira, composta pelos sacerdotes, discípulos
e vestais que se recolhiam nos mosteiros onde levavam uma vida de celibato e de
estudos, com o objetivo de aprender a esmagar os baixos instintos naturais do
homem para poder alcançar o despertar da consciência por meio de vários degraus iniciáticos até
atingir o pleno despertar do Espírito; b) a segunda categoria era formada pelos
membros externos que viviam em comunidades nas quais, na época de Cristo,
segundo nos menciona Rudolf Steiner( O Christianismo como facto Mystico e... p.
115) baseado nos escritos de G. R. Mead, Fragmentos de uma Crença
Desaparecida(Fragmente eines verschollenen Glauben, Leipzig, 1902, verlag von
Max Altmann) havia perto de 4.000
Essênios somente na Palestina.
Essas comunas eram compostas de casas muito simples, isoladas, porém suficientemente
próxima uma das outras para proteção mútua. Em cada uma das casas existia um
cômodo ou “cela” chamado de templo ou monastério, usado nas meditações diárias
dos moradores, para alcançar os “segredos da vida superior”.Suas principais
atividades eram agrícolas ou artesanais, casavam-se preferencialmente entre
eles , e as filhas, ao completarem 12 anos, eram apresentadas no templo, numa
cerimônia especial da qual participavam 144 meninas; entre estas eram
escolhidas(por meio de um sorteio de bastões brancos) algumas como vestais e as outras eram oferecidas em casamento aos viúvos
da comunidade. Em cada comuna existia também uma casa especial(bethsaid) que servia para abrigar os viajantes ou
recolher os enfermos.
Os filhos dos
Essênios também eram escolhidos quando tinham doze anos(selecionados por
mestres que os observavam desde pequenos), para serem internados num mosteiro da
ordem(Krmel), erguido numa montanha frente ao mar, a dois dias de viagem da
cidade de Nazareth.
Esses
meninos(neófitos) ficavam por um longo período no Krmel, como aprendizes, para
serem instruídos nos segredos da Ordem(durante esse período usavam uma túnica
preta), e, depois de passar por várias
provações , eram iniciados(recebendo uma túnica branca) nos conhecimentos transcendentais
de Ishtar a Lua-Sol, para desenvolver o amor e a intuição, e ainda a sabedoria
de Hrma= Mercúrio, para aprender a manipular os fenômenos naturais, permitindo-lhes
realizar a cura das diversas doenças.
A rotina dos
neófitos, desde que entravam na Ordem aos
13 anos (idade em que se inicia a maturidade do homem, segundo os judeus=misvah), era estudar para serem aprovados
numa série de provações , para depois fazerem os seus votos solenes de
silêncio, pelos quais não podiam revelar os segredos da conduta de vida,
de obediência aos superiores; manter um
padrão de conduta estritamente de acordo com os predicados da Ordem; respeitar vida acima de tudo; amar ao próximo sobre todas as coisas e cuidar da saúde de si
próprio e do próximo.
A iniciação era feita
em salões subterrâneos sob o Templo, nos quais o neófito deitava numa pedra
com os braços em cruz e seu iniciador, colocando a mão direita na sua testa,
fazia uma ligação psíquica com ele, induzindo-o a uma viagem astral iniciática,
pela qual era colocado face a face com o “Sem Nome” ou “Todo”, ao mesmo tempo
em que lhe eram desvendados pelo menos 1.000 anos da história da Terra(Gaia) e
sua ligação com os mestres cósmicos.
Segundo os Essênios,
o mosteiro de Kmel foi construído em épocas remotas pelos mestres ancestrais da
raça vermelha no monte Yishreel e dividido em duas partes diferentes: uma
externa, considerada profana, destinada aos rituais esotéricos próprios de um templo comum, às moradias dos
mestres e discípulos, aos refeitórios, às salas de estudos, aos pátios, aos
jardins e aos estábulos; e outra parte, subterrânea, exotérica, de acesso
secreto restrito aos profanos, possuindo uma série de galerias e túneis escavados nas rochas da montanha,
aparentemente por meio de um processo desconhecido até hoje, pelo qual os mestres
da raça vermelha abriram as galerias subterrâneas fundindo a rocha e deixando a superfície das
paredes e pisos perfeitamente lisos e cristalizadas, ao mesmo tempo em que
irradiavam uma luminosidade opalina emitida por uma fonte desconhecida.
Nessas galerias
existiam as várias câmaras de iniciação e uma enorme biblioteca com tábuas,
de terracota, lâminas de vários metais,
inclusive de cobre e ouro, com inscrições
e milhares de rolos de papiros, relatando a história da humanidade com
vários tipos de escrita(cuneiformes, simbólica, sinais gráficos, etc.) e em
várias línguas como: sânscrito, aramaico, caldeu, sudeano, vatan e
devanagárico, etc. Por questões de segurança, essa biblioteca era periodicamente
deslocada para outros centros dos Essênios
situados sob o mar Morto e nas profundezas do Himalaia.
O lema da ordem era: “Não
acreditar em nada, levantar os véus e dar apoio às Grandes Almas(Avatares) em
nome do “Supremo Todo” ou “Sem Nome”, para que no momento certo divulguem os
Conhecimentos das Idades”.
Os Essênios
acreditavam no Mestre da Integridade que viria para explicar a sabedoria de
todos os profetas anteriores a Ele; portanto, era o Consagrado, o Messias que anunciaria os Novos
Tempos.
Essa Ordem acolheu
Jesus desde criança e, a partir dos treze anos, iniciou-o nos conhecimentos
transcendentais, bem como o treinou para realizar suas curas miraculosas e
ainda lhe deu cobertura em suas viagens pelos vários países, para reafirmar a
doutrina de amor entre todos os seres humanos. Isto fica bem claro na leitura
dos fragmentos encontrados, em 1947, numa caverna de Wadi Qumram e na de Wadi
Marabbaat, em 1949, que fazem parte dos “Escritos
do Mar Morto”, compilados e preservados
em sacos betumados selados em ânforas de barro, pelos Essênios do
mosteiro de Kirher Qumran, e destruído pelos Romanos por volta do ano 70 d.C.
Os escritos do Mar
Morto, que narram os fatos e a filosofia que vigorava milênios a.C.,
acrescentam profunda percepção ao descrito no Novo Testamento, tecendo um paralelo entre
as doutrinas dos Essênios formuladas muitos séculos antes do nascimento de
Jesus e as doutrinas cristãs primitivas, pois os papiros do Mar Morto
apresentam muitos ensinamentos que nos Evangelhos são atribuídos a Jesus, mas
que, na realidade, originam-se de uma tradição muito mais antiga. Todos esses Escritos,
mesmo que autênticos, foram considerados como apócrifos pela Igreja Católica,
porque não se enquadram exatamente nos princípios teológicos adotados por ela.Além
desses, existem centenas das antigas escrituras que a Igreja Católica considera, sistematicamente, como apócrifos, entre os
quais podemos citar o Evangelho dos Essênios;
Em 1928, Edmond
Szekely publica a tradução dos Evangelhos dos Essênios escrito em aramaico,
encontrado num arquivo secreto da Biblioteca do Vaticano, estando hoje
preservado no “Royal Archives of the Hapsburgs”, na Áustria, Neles, Jesus é apresentado como Mestre da Integridade que
prega a renúncia, a austeridade, a vida simples para alcançar a purificação
mental e um estado mental que possa emitir somente idéias elevadas.
(*) Extraído do Livro
“Templários, sua Origem Mística” (autores: Ilr.’. David Caparelli e Pier
Campadello).
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