A missão de Jesus
Cristo na Terra foi registrada nos quatro evangelhos do Novo Testamento,
escritos muito tempo depois da passagem de Jesus e se basearam na tradição oral
dos seus seguidores e nas crônicas e documentos que relatavam os fatos da
época. Porém, a Igreja, com seu poder e
sua influência, aceitou ou rejeitou os
diferentes evangelhos em Concílios ou por Decretos, de acordo com a sua
conveniência, com o objetivo de impedir aos fiéis o acesso a essas fontes de
informações. Mesmo que não fossem autênticas, a Igreja não tinha nenhum direito
de omiti-las; pretendiam deixar a vida de Jesus envolta num halo de misticismo
e mistério, pleno de dogmas, cuja credibilidade
só era possível pela fé que, na Idade Média(e em alguns casos até hoje) era
imposta pela força(Inquisição).
Assim, a verdade
histórica dos feitos que envolveram Jesus foi muito prejudicada pelas
tentativas da Igreja Católica de contradizer ou desprestigiar as informações
contidas nos inumeráveis textos e crônicas
que apareciam de tempos em tempos, especialmente quando não conseguiam
destruí-las. Mesmo assim, foram descobertos mais de cinquenta textos contendo
ensinamentos e informações sobre a vida do Rabi da Galiléia que foram
considerados apócrifos ou heréticos(Apocryphal
Gospels) e taxados pelos católicos de “não autênticos”.
Na realidade, a
elaboração dos evangelhos começou depois de passados mais de vinte e cinco anos da crucificação
de Jesus e foi organizada por seus discípulos, que tentaram relatar e registrar
todas as suas palavras e ações.
Assim, as Epístolas de
Paulo foram escritas depois desse período; a versão de Pedro foi escrita um
pouco mais tarde; Matheus elaborou seu evangelho entre 70 e 85 d.C., em dialético
hebraico, que se perdeu, chegando-nos somente a versão em grego; o evangelho de
Marcos foi escrito na década de 60 a 70
d.C.; o evangelho de Lucas foi escrito entre 90 e 95 d.C. afirmando ainda que”...depois
de haver diligentemente investigado tudo desde o princípio, escrevê-los para ti
segundo a ordem, excelentíssimo Teófilo, para que conheças a solidez daqueles
ensinamentos que tens recebido”; e o evangelho de João foi escrito em 110 d.C.,
sendo que muitos autores contestam a autoria deste último.. O principal motivo
desta discussão é que apresenta um
estilo similar aos textos dos Essênios encontrados no Mar Morto, informando que
a maioria dos seguidores de Jesus
pertenciam aos Essênios(inclusive José de Arimatéia e Nicodemos) e que
antes de seguir a Cristo haviam sido discípulos de João Batista.
O evangelho de João
fornece informações precisas sobre os apóstolos, sobre a cura de Paulo, sobre a
mulher da Samária, detalhes da cruxificação, dos encontros de Jesus com os
Apóstolos depois da Ressurreição, do último sermão antes da separação, dos
esforços dos Essênios(José de Arimatéia e Nicodemos) para salvar Jesus da
cruxificação.
A maioria dos
critérios históricos adotados para aceitar ou rejeitar a autenticidade dos
diversos evangelhos encontrados é baseada no interesse explícito da Igreja
Católica de validar os documentos que confirmam sua teologia religiosa elaborada vários séculos depois do advento de Jesus, rejeitando, inclusive,
evangelhos que eram aceitos pelas primeiras comunidades cristãs, como é o caso
dos “Cinco evangelhos de Tation”, cujas cópias foram coletadas e queimadas em
405 d.C. decretando-se, ainda, a morte daqueles que possuíssem uma cópia. Mesmo
que muitos desses trabalhos tenham sido destruídos por decretos eclesiásticos,
algumas cópias sempre foram poupadas, aparecendo em Bibliotecas, com
colecionadores ou em poder de entidades desligadas dos interesses católicos.
Os mais importantes
evangelhos apócrifos dos quais existem cópias são: Evangelho de Barnabé(Gospel
of Barnanas), Evangelhos dos Ebionitas(Gospel of the Ebionites), Evangelhos dos
Egípcios(Gospel of the Egyptians), Evangelho de Felipe(Gospel of Philip),
Evangelho dos Hebreus(Gospel of the Hebrews), , Evangelho de Nicodemos(Gospel
of Nicodemus), Evangelho de Pedro(Gospel of Peter), Os cinco Evangelhos de
Tation(The five Gospels of Tation), Evangelho de Tiago(Gospel of James) e o Evangelho de Tomé(gospel of
Thomas), entre outros.
Verificando os fatos
narrados no Novo Testamento, existe uma série de lacunas e incoerências sobre a
vida de Jesus, que podem ser preenchidas ou esclarecidas somente
complementando-as com os fatos e
informações adicionais dos evangelhos considerados apócrifos, não aceitos pela
Igreja, pois, de uma forma ou de outra, retratavam Jesus como um ser humano.
Por esse motivo, é
necessário que o Novo Testamento seja reorganizado e que todos os Evangelhos, Atos e Epístolas
disponíveis sejam incluídos para resgatar a credibilidade da doutrina católica,
tão abalada nos dias de hoje, de tal forma que a humanidade como um todo siga
realmente os preceitos deixados pelo Mestre Jesus para que desperte a
consciência da humanidade para a fraternidade, igualdade e amor a todos os irmãos.
(*) Extraído do Livro
“Templários, Sua Origem Mística”, de autoria dos Ilr.’. David Caparelli e Piewr
Campadello.
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