quarta-feira, 14 de agosto de 2013

MISSÃO DE JESUS NA TERRA(*)


A missão de Jesus Cristo na Terra foi registrada nos quatro evangelhos do Novo Testamento, escritos muito tempo depois da passagem de Jesus e se basearam na tradição oral dos seus seguidores e nas crônicas e documentos que relatavam os fatos da época. Porém, a Igreja, com seu  poder e sua influência,  aceitou ou rejeitou os diferentes evangelhos em Concílios ou por Decretos, de acordo com a sua conveniência, com o objetivo de impedir aos fiéis o acesso a essas fontes de informações. Mesmo que não fossem autênticas, a Igreja não tinha nenhum direito de omiti-las; pretendiam deixar a vida de Jesus envolta num halo de misticismo e mistério, pleno de dogmas, cuja  credibilidade só era possível pela fé que, na Idade Média(e em alguns casos até hoje) era imposta pela força(Inquisição).
Assim, a verdade histórica dos feitos que envolveram Jesus foi muito prejudicada pelas tentativas da Igreja Católica de contradizer ou desprestigiar as informações contidas nos inumeráveis textos e crônicas  que apareciam de tempos em tempos, especialmente quando não conseguiam destruí-las. Mesmo assim, foram descobertos mais de cinquenta textos contendo ensinamentos e informações sobre a vida do Rabi da Galiléia que foram considerados apócrifos  ou heréticos(Apocryphal Gospels) e taxados pelos católicos de “não autênticos”.
Na realidade, a elaboração dos evangelhos começou depois de passados  mais de vinte e cinco anos  da  crucificação de Jesus e foi organizada por seus discípulos, que tentaram relatar e registrar todas as suas palavras e ações.
Assim, as Epístolas de Paulo foram escritas depois desse período; a versão de Pedro foi escrita um pouco mais tarde; Matheus elaborou seu evangelho entre 70 e 85 d.C., em dialético hebraico, que se perdeu, chegando-nos somente a versão em grego; o evangelho de Marcos foi escrito  na década de 60 a 70 d.C.; o evangelho de Lucas foi escrito entre 90 e 95 d.C. afirmando ainda que”...depois de haver diligentemente investigado tudo desde o princípio, escrevê-los para ti segundo a ordem, excelentíssimo Teófilo, para que conheças a solidez daqueles ensinamentos que tens recebido”; e o evangelho de João foi escrito em 110 d.C., sendo que muitos autores contestam a autoria deste último.. O principal motivo desta discussão  é que apresenta um estilo similar aos textos dos Essênios encontrados no Mar Morto, informando que a maioria dos seguidores de Jesus  pertenciam aos Essênios(inclusive José de Arimatéia e Nicodemos) e que antes de seguir a Cristo haviam sido discípulos de João Batista.
O evangelho de João fornece informações precisas sobre os apóstolos, sobre a cura de Paulo, sobre a mulher da Samária, detalhes da cruxificação, dos encontros de Jesus com os Apóstolos depois da Ressurreição, do último sermão antes da separação, dos esforços dos Essênios(José de Arimatéia e Nicodemos) para salvar Jesus da cruxificação.
A maioria dos critérios históricos adotados para aceitar ou rejeitar a autenticidade dos diversos evangelhos encontrados é baseada no interesse explícito da Igreja Católica de validar os documentos que confirmam sua teologia religiosa  elaborada vários séculos depois  do advento de Jesus, rejeitando, inclusive, evangelhos que eram aceitos pelas primeiras comunidades cristãs, como é o caso dos “Cinco evangelhos de Tation”, cujas cópias foram coletadas e queimadas em 405 d.C. decretando-se, ainda, a morte daqueles que possuíssem uma cópia. Mesmo que muitos desses trabalhos tenham sido destruídos por decretos eclesiásticos, algumas cópias sempre foram poupadas, aparecendo em Bibliotecas, com colecionadores ou em poder de entidades desligadas dos interesses católicos.
Os mais importantes evangelhos apócrifos dos quais existem cópias são: Evangelho de Barnabé(Gospel of Barnanas), Evangelhos dos Ebionitas(Gospel of the Ebionites), Evangelhos dos Egípcios(Gospel of the Egyptians), Evangelho de Felipe(Gospel of Philip), Evangelho dos Hebreus(Gospel of the Hebrews), , Evangelho de Nicodemos(Gospel of Nicodemus), Evangelho de Pedro(Gospel of Peter), Os cinco Evangelhos de Tation(The five Gospels of Tation), Evangelho de Tiago(Gospel of  James) e o Evangelho de Tomé(gospel of Thomas),  entre outros.
Verificando os fatos narrados no Novo Testamento, existe uma série de lacunas e incoerências sobre a vida de Jesus, que podem ser preenchidas ou esclarecidas somente complementando-as com os fatos  e informações adicionais dos evangelhos considerados apócrifos, não aceitos pela Igreja, pois, de uma forma ou de outra, retratavam Jesus como um ser humano.
Por esse motivo, é necessário que o Novo Testamento seja reorganizado  e que todos os Evangelhos, Atos e Epístolas disponíveis sejam incluídos para resgatar a credibilidade da doutrina católica, tão abalada nos dias de hoje, de tal forma que a humanidade como um todo siga realmente os preceitos deixados pelo Mestre Jesus para que desperte a consciência da humanidade para a fraternidade, igualdade  e amor a todos os irmãos.
(*) Extraído do Livro “Templários, Sua Origem Mística”, de autoria dos Ilr.’. David Caparelli e Piewr Campadello.



   


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