Por tradição a CABALA é considerada " a chave de todos os símbolos da religião universal", trata-se de uma interpretação metafísica e científica do ato da Criação especialmente baseada nas afirmativas contidas nos primeiros capítulos do Gênesis.Relaciona-se com a ontologia ou natureza do ser, a cosmologia, a origem do universo, a teologia, natureza de Deus e a antropologia, a relação do ser humano para com Deus e o mundo. A CABALA apresenta-se sob um sistema de números e de letras do alfabeto hebraico.
O termo CABALA é utilizado em hebraico para representar "aquilo que é recebido" ou "passado de mão em mão". A palavra tem origem no grego e significa "cavalo de carga", ou seja, "o veículo espiritual que carrega o conhecimento antigo". Por antigo entenda-se aqui a herança da TRADIÇÃO PRIMORDIAL que recua a milhões de anos na história da humanidade.Inclui o conceito de continentes desaparecidos, onde floresceram importantes civilizações, abrigando os "filhos do Céu" e os "filhos dos filhos do Céu", como normalmente são citados.
O ato da Criação está representado na obra cabalística intitulada "Sepher Yezirah", traduzido como "Um livro sobre a Criação", ensaio metafísico datado dos séculos II e III. Tradicionalmente o "Sepher Yezirah" é atribuído a Abraão, avô de Jacob. Ele teria conservado por tradição mantida secreta por várias gerações, o conhecimento humano originado há cerca de 200 mil anos na terra da Lemúria. Vale acrescentar que os "Atlantes", civilização que esteve no auge há 18 mil anos, são tidos como descendentes dos lemurianos. O "continente perdido da Atlântida", é citado por Platão(428-348 a. c.) em "Timeu e Crítias", e por Francis Bacon(1561-1626), em "The New Atlantis".
No "Zohar" ou "Livro do Esplendor", uma coletânea cabalística de origem mais recente (Século XIII), o ato da criação é assim descrito: "Deus ao fazer o homem e cobri-lo de grande honra, encarregou-o de juntar-se a ELE, de forma a que fossem unos, com um só coração, unido ao Único pelo laço da fé de propósito idêntico, que congrega a todos. Mais tarde, o homem abandonou a estrada da fé e deixou para trás a árvore especial que sobressai às demais , e uniu-se ao lugar que está constantemente mudando de uma cor para outra, do bem para o mal, e desceram do alto para a incerteza desse mundo e desertaram o Único Supremo e Imutável..."Ainda no "Zohar", destaca-se a importante figura da "árvore da vida", nela a Criação encontra-se expressa através de emanações divinas chamadas de "Os dez Sephirot". Os três primeiros "Sephirot" (a primeira trindade), são conhecidos respectivamente por seus nomes em hebraico: "Kether"(Coroa), "Choknah"(Sabedoria) e "Binah(Compreensão);a segunda trindade é constituída por "Chesed"(Misericórdia), "Geburah"(Fortaleza) e "Tipheret"(Beleza); a terceira trindade é "Netzach"(Vitória), "Hod"(Glória), e "Yesod"(Estabilidade), por fim situa-se "Malkuth"(Reino), o décimo "Sephirat".
(*) Extraído da Revista Amorc Cultural.
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