Os iluministas combatiam os dogmas que em religião estabelecem invenções forçadas, inverossímeis, determinadas por decreto pela autoridade religiosa como verdade divina revelada e que o adepto tem por obrigação acatar... |
![]() Com a invenção e desenvolvimento da máquina a vapor entre 1765 e 1790, por James Watt (1736-1819), se estabelece o início da Revolução Industrial, marca do fim do poder de imperadores e papas, e nascimento do poder do povo. Os burgueses, na Revolução Francesa (1789-1799), usaram de palavras cunhadas por Rousseau (1712-1778) que estabeleceram princípios de liberdade, igualdade e fraternidade através das luzes, divisa usada até hoje pela Maçonaria. Onde a Luz dos iluministas significava o poder da razão humana de interpretar e reorganizar o Universo. O Movimento Iluminista visava inicialmente à liberdade de pesquisa científica, ação que através de Rousseau estendeu-se depois para a educação natural com ênfase no condicionamento moral e cívico. ![]() O Liberalismo foi outra forte movimentação da burguesia. Atuando na economia, François Quesnay (1694-1774) e Adam Smith (1723-1790) representam as aspirações do cidadão em gerenciar seus próprios negócios sem a interferência do Estado. Defendia-se a economia perseguindo caminhos ditados por leis naturais, onde a figura de um Estado intervencionista não existe. Na política, os mesmos ideais liberais lutavam de todas as formas contra o absolutismo. Na moral buscavam-se formas laicas de tornar naturais as ações do comportamento humano. Por conta de abusos clericais e da inquisição, que durou mais de seiscentos anos, de 1183 até 1821, o Iluminismo rejeitava a adesão à religião. Principalmente às filosofias religiosas povoadas de fantasias e alegorias ilógicas e impostas como verdades, que pelo aspecto verossímil são colocadas como fatos verdadeiros ao invés de declaradas de origem ficcional, apenas para fins de ilustração de verdades e filosofias. ![]() O Iluminismo influenciou o Deísmo, doutrina que considera a razão como a única maneira de assegurar a existência de Deus. Principalmente por isto, os detratores do Iluminismo acusaram o movimento de introdutor do ateísmo na sociedade moderna, entretanto, aquele movimento defendia a religião natural, sem dogmas e fanatismo. Para o iluminista, Deus é o Primeiro Motor, o Supremo Criador. Desta magnífica idéia a Maçonaria, que não é religião, herdou o conceito Grande Arquiteto do Universo, o que possibilita a reunião de diversas linhas filosóficas e religiosas num mesmo foro de debate, que de forma proativa discute os problemas da sociedade e do homem; ato impossível para outras instituições, mormente religiões que nunca se entendem e provavelmente nunca chegarão a acordos fraternos na solução de qualquer problema devido ao ódio que nutrem entre si e aos que não concordam com seus dogmas. ![]() Quando na Maçonaria a Bíblia Judaico-cristã é utilizada na construção de parábolas e alegorias, na representação de pensamentos e ideias de forma figurada, os textos são utilizados apenas como referência para a criação de estórias. As alegorias copiadas e depois adaptadas são pura ficção! Verossimilhança que serve apenas de suporte para a criação de parábolas que auxiliam na educação natural; esta utilização é deixada bem clara para todos; é a educação da Maçonaria voltada para a liberdade; educação natural criada por Rousseau (1712-1778) e complementada por Kant (1724-1804). Por outro lado, a mesma Bíblia é utilizada nas atividades litúrgicas das lojas formadas por irmãos de religiões cristãs como Livro da Lei, a mais alta e sagrada representação do grupo, sobre a qual se fazem juramentos e promessas, e da qual se extraem pensamentos e sabedoria; o maçom cristão é constantemente instigado a usá-la como fonte de inspiração no trabalho na pedra; na absoluta maioria dos ritos, nenhuma sessão maçônica inicia sem que um trecho da mesma seja lido no momento mais solene de abertura ritualística dos trabalhos. A liturgia e instrução maçônica constam de alegorias definidas em todos os aspectos como invenções, historinhas, fantasias, de uso puramente pedagógico e com o único objetivo de construir novas idéias pelos eternos ciclos de construção do pensamento. Estes ciclos, que Hegel (1770-1893) definiu como Contradição Dialética, constituída de: Tese, Antítese e Síntese, é base do desenvolvimento de todo o conhecimento humano: Tese é a afirmação; Antítese a negação ou complementação da Tese; Síntese a superação da contradição; é quando surge uma nova e inusitada idéia, diferente da primeira e da segunda. Então se inicia um novo ciclo de Tese, Antítese e Síntese. E o processo não tem fim. É o que ocorre nos debates da Maçonaria aonde, através da educação natural, se constroem templos, templos vivos e livres. Estes são alguns dos aspectos do movimento Iluminista que influenciaram a Maçonaria quando de sua fundação como instituição especulativa. Mesmo bebendo de inúmeras outras fontes de inspiração simbólica e alegórica foi esta a origem de que a Ordem Maçônica se utilizou para promover a volta do homem natural perdido desde Atenas, Grécia antiga, reportado por Platão em "A República". Na Maçonaria o homem moderno tem a oportunidade de recuperar o que perdeu em virtude do desmonte da escola hodierna, colocar os pés no chão, trabalhar um templo vivo, dentro de um templo material, edificado pela Maçonaria praticamente só para a sublime finalidade do homem se auto-construir. Mas é dentro do grande templo da sociedade, um templo vivo feito por homens naturais que cada artífice trabalha na pedra, e com a sabedoria da razão, a força da vontade, ele constrói a sua beleza interior para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo!
Ir.’. Charles Evaldo BollerA.'.R.'.L.'.S.'. Apóstolo da Caridade Nº 21
Or.'. Curitiba - Grande Loja do Paraná |
domingo, 11 de novembro de 2012
HERANÇA ILUMINISTA...
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